Capítulo 25: Juventude mutante a flor da pele parte 1

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Parque dos Imigrantes
Juno e Nati estavam em casa fazendo os serviços diários das mulheres (tais como lavar a louça, estender roupa...) e se perguntando por que Valente ainda não tinha chegado em casa, ja que era um fim de semana.
- Eu soube que ele, Ben e Rony brigaram. - diz Nati.
- Brigaram por quê? - diz Juno.
- Parece que era de questão sobre assistir a televisão. Benjamin jogou sujo, hipnotizando eles e tomou a sala depois das aulas de ontem. Daí tá esse gelo. Benjamin tá sofrendo o "castigo do silêncio" e eles so saem da mansão depois que Ben tiver completado ele. - diz Nati.
- Isso que é amizade. - diz Juno, rindo. Até porque ela sabe como são os jovens.

Mansão Mayer/Escola Caminhos do Coração
- Desculpa gente. Vacilei feio. - diz Benjamin.
- De novo isso, cara? Ja ta chato. - responde Valente, ouvindo pela nonocentésima nonagésima nona vez as desculpas de Benjamin.
- Ainda bem que você sabe que vacilou hein? Usar sua hipnose pra ganhar a televisão só pra você foi... ó. - diz Rony com os braços cruzados.
- Eu sei. Eu quase nunca assisto na sala. Por isso queria ver a tv. E deu essa briga. Tive que trapacear. Mas ja to arrependido. Foi mal. Desculpa. - responde Benjamin.
- Pela milésima vez, né Rony? - diz Valente.
Rony tinha a ideia perfeita para aquela situação. Pra aceitar o perdão de Benjamin, mas sem perder a manha. Agora ele iria fazer o piadista de piada.
- Então tá. Quer se desculpar, se desculpa direito. - diz Rony, se levantando da cadeira da bancada de estudo.
- Como assim? - diz Ben.
- É isso aí. - agora Valente se levanta. - Benjamin. De joelhos, agora.
Benjamin agora provaria do proprio veneno.
- Bora. - diz Rony.
Ben se ajoelha. Valente e Rony sorriem maliciosamente, preparando a zoeira.
- Agora repita comigo. - diz Valente. - Eu, ...
- Eu, - diz Ben.
- Benjamin Mayer... - Valente.
- Benjamin Mayer, -  Ben.
- Juro solemente... - Valente.
- Juro solemente.... - Ben.
-... parar de pedir desculpa. - termina Valente.
-.... parar de pedir desculpa. - termina Ben.
- E dar a sobremesa do meu almoço pro Valente. - zoa Valente.
Benjamin fica com cara de quem não gosta, mas não reage.
- E dar a sobremesa do meu almoço pro Valente. - diz Ben.
- E a do jantar pro Rony. - avisa o Magister, também.
- E eu? Fico com qual? - diz Benjamin.
- Você, com a do café da manhã. - diz Rony.
- E a do jantar pro Rony.
- Agora beije meu pé real. - diz Valente.
- Não, não. Não avacalha ele não. - diz Rony.
- Bem, eu preciso ir pra casa. Mamãe e Nati devem estar me esperando. Ja que disse a elas que ia ajudar com as coisas. - diz Valente.

Enquanto isso, no quarto dos nerds...
- Você não vai se arrumar pra ir pra casa? - diz Mabel.
- Hoje não. Eu tenho esses deveres pra fazer de álgebra. E fazer algo com esse dvd player. - diz Guiga.
- Mas você avisou o papai e a mamãe...
- Eu mudei de planos. Papai e mamãe me liberaram esse fim de semana pra fazer umas invenções. - diz Guiga.
- Mas Guiga, nosso quarto não tem muito espaço pra nós inventarmos algo, fora que ainda o dividimos com a Nati. - diz Mabel.
- E você o que vai fazer? - pergunta Guiga.
- Eu queria algo melhor pra gente. Sabe, essa mansão no fim de semana é muito triste, só a semana de aula é alegre. - diz Bel
- Pra fazermos algo aqui na mansão, é preciso pedir autorização da Gór. Mas pedir algo a ela, é como pedir mil reais pra um mendigo. - diz Guiga, o que faz a irmã rir.
- Essas suas analogias...

No quarto das meninas, Samirinha também teve uma ideia paralela a da Mabel, enquanto lia uma revista de moda.
- Samirinha... - diz Samira.
- Mãe? O que foi? - diz Samirinha.
- Você não vai passar o fim de semana na casa do Beto? - diz Samira.
- Não. Eu vou sair com a Mabel e as meninas. - diz Samirinha.
- E onde você vai? Posso saber?
- Ah, mãe. Mal te trouxe de volta e você já quer ser superprotetora?
- Não é essa a questão minha filha. É sobre o perigo de andar com os humanos. Voce sabe o que pode acontecer se autoridades descobrem que você é uma mutante? - diz Samira.
- Mãe. Eu vou dizer a senhora o que disse ao papai. Sei muito bem me cuidar. - diz Samirinha.
- Seu pai me disse que você é muito rebelde, tanto quanto eu. E é exatamente por isso que não posso permitir que você saia da mansão. - diz Samira.
- Mãe, eu já tomei a decisão. Eu vou e pronto.
- Você deve me obedecer, menina. Sou sua mãe.
O que Samira não achava que fosse acontecer era que sua filha fosse mais rebelde que ela. E que talvez a filha a tivesse testando pra saber se ela era mesmo digna de ser a mãe de uma das mutantes mais poderosas da liga do bem.

Por ali, Guiga e Bel conversam e passavam perto da sede da Gór para pedir permissão de fazer uma festa na mansão.
- Diretora, será que a gente pode entrar? - diz Guiga.
~batidas na porta

Enquanto isso, dentro da sala, Meta agarra a diretora da escola, colocando ela sobre a mesa de trabalho dela, a devorando longamente com beijos quando escutam os meninos.
- Diretora? A senhora ta aí? - dizia Guiga do outro lado.
- Diz pra esses muleques virem depois. - sussurra Metamorfo.
- Eu estou ocupada meninos. Agora não posso atender. - diz Gór.

Do lado de fora Bel intercepta o que acontece na sala da diretora. Mesmo sendo muito ingênuos, eles não eram bobos.
- Ela não tá sozinha. - diz Bel ao irmão. Os dois se envergonham do que Bel diz em pensamentos, e Guiga bate de novo na porta.
- Diretora... Tá tudo bem aí?
~batidas na porta

Meta, irritado por causa da insistência dos dois alunos, para os beijos. Gór pede ao marido para que ele fique invisível e não diga nada (na verdade ela o ordena por sua hipnose) até saber o que os gêmeos Montenegro Menezes queriam.
- Diretora?!
- Entrem. - cede Gór.
- Com licença. - dizem os gêmeos.
Gór disfarça que estava analisando as noticias em seu notebook, enquanto os gêmeos avaliam a sala.
- O que os nerds da escola tanto querem? - pergunta Gór.
- O que aconteceu aqui? - disfarça Mabel, após saber o que se passava ali, só "observando" pelo lado de fora.
- Eu estava procurando umas coisas. Não reparem nisso. Mas... em que lhes posso ajudar? - diz Gór.
- Diretora... Eu percebi que a mansão fica meio... abandonada nos fins de semana. Eu pensei que seria bom colocarmos um pouco de vida na casa. - diz Mabel.
- Colocar vida? Como? - pergunta a diretora.
- Estávamos pensando em fazer uma festa jovem. - diz Mabel.
Gór poderia autorizar se a ideia de Mabel não tivesse um pequeno detalhe importante.
- Vocês se esqueceram que estamos sendo caçados de novo? Aqui é uma escola de mutantes e alguns humanos. O que acham que podem acontecer se as crianças e os jovens não-geneticamente modificados começarem a perceber que são mutantes? Hein, gêmeos? - diz Gór.
- Foi isso que eu tentei dizer isso a ela... - comenta Guiga, mas Mabel bate na costa do irmão, fazendo-o alterar um pouco suas palavras. - ... mas essa seria uma ótima conveniência para que possamos arrecadar fundos para o cofre da escola. Afinal diretora, nosso estoque financeiro ta no... - Guiga faz um gesto de queda com a mão.
Gór tinha que concordar com os gêmeos, mas isso não signficava que ela autorizaria uma festa na escola. Principalmente a noite. Ja que a escola Caminhos do Coração, mesmo com padrões diferenciados, ainda é uma escola.
- Eu vou pensar na ideia de vocês. - diz Gór.
- Sério? Quer dizer que... - diz Mabel, eufórica.
- Eu disse que ia pensar menina. Agora podem ir pro quarto de vocês. - diz Gór.
- Na verdade eu vou pra casa. Mamãe quer minha ajuda. - diz Mabel.
- Então vá. Quanto ao senhor, Guiga, vá cuidar dos seus deveres. - diz Gór.
- Claro. Com licença. - diz Guiga.
- Com licença. - repete Mabel.

Depois que os gêmeos saíram, Meta ficou visível de novo.
- Górzinha, a ideia deles é boa. A mansão é meio morta no fim de semana. Só nós três aqui, é um tédio. Agora que tem mais gente... Uma festa é até que é bom. - diz Meta, simpático e irônico.
- O problema, Meta, não é a festa. Mas os pais das crianças humanas. Principalmente a dos encrequeiros liderados pelo Juan, que vive tretando com esses dois. Eu não quero problemas entre os pais e os alunos não-geneticamente modificados com os geneticamente modificados. Entendeu? - diz Gór.
- E o que você vai fazer? - pergunta Metamorfo.
- Bem, se eles querem se divertir, eles terão diversão. Só que não aqui. - diz Gór.
- E onde seria?

O que Gór planeja para os jovens mutantes? Haverá mesmo uma festa para mutantes e humanos?

Mutantes: A ascençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora