Sonhei que podia voar
Então me impulsionei
Fui tão alto que comecei a chorar
Minha lágrima foi a chuva
Que salvou as matas a incendiar.
Depois aterrisei firmei os pés no chão
Olhei para o verde, olhei para o mar
Que me deu gosto em amar
Amei tudo aquilo a me rodear
Amei o mundo e não conseguia mais parar.
O som das cachoeiras veio me alentar.
Os animais vieram me cumprimentar
Fui eu
Fui deus naquele lugar.
O universo me preencheu
Dancei para esquecer o que doeu
Fui água, terra fui ar
Fui fogo que queimava nas estrelas
Fui humano sem amarras
Fui espírito liberto e fiz libertar.
O mundo agora faz parte de mim
E eu o abracei como quem cuida de um lar
É meu lar
Aqui é meu lugar
Onde posso ser livre e versejar
Onde posso ter terra firme
E também voar.
Faz parte de mim cada estrela
Cada gota do mar
Aqui se faz minha história
Aqui onde sem demora
Posso deitar e sonhar.
Não há limites para minha lira
E a cada despedida recomeço a andar.
Ah como é bom poder voar
Como é gratificante poder pisar
Como é emocionante me sentir inteiro
Deitar a cabeça no travesseiro
E para o cosmo me entregar.
Foi um sonho real
Foi divino sem igual.
Sou humano pequeno
Mas tenho o poder de conquistar
Cada canto deste cosmo
Que apenas existe e encanta o olhar.
Sou grato a vida
Sou grato a terra
Sou a gratidão a se movimentar.
Augusto Liras
