Esquecido, boicotado
Saqueado, sabotado.
Minha voz foi silenciada
Minhas mãos atadas
Meus pensamentos desiludidos.
Gritei por socorro
Mas somente a angústia me ouviu.
Saltei alto
Mas o tombo foi grande.
Minhas expectativas foram frustradas.
Poeta errante.
Minha poesia foi abafada
Junto com meu choro soluçante.
Minha rima foi congelada
Assim como meu riso inconstante.
São tempos difíceis
Onde o Estado me ataca
E o juiz me prende.
Me chamam de transviado
De louco, demente.
Mas ninguém sabe minha luta
Meu suor ninguém nota
Mas todos veem o lobo que se desenha
En minha sombra.
Sou forte
Sou guerreiro
Eu luto pelo que me faz bem
Pelo amor que me move
Pela poesia que me faz ir além.
Poeta insistente
Não deixa a peteca cair.
Luto com mãos firmes
E espero o sol de novo sair.
Não me canso de dizer
Sou poeta plebeu
Que rabisca o que já viveu,
O que vive, e o que ainda não viveu.
Minhas rimas são rotas de fuga
Minha letra faz rima às escuras.
Nem uma vela para iluminar
Nem um pássaro a cantar
Nem uma voz a soar.
Solidão
Apenas essa megera a me lacerar.
Silêncio frio
Na madrugada insone
Somente isto
Apenas meus versos me tornam gigante.
Poeta delirante.
A noite chega e com ela minhas pílulas
Engulo minhas drogas antipsicoticas
E durmo pesado
Sonho acordado
Confusão mental em massa.
Caótico
Minha existência está cansada.Augusto Liras
01/10/2020