Calor

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São cinco da manhã
Acordo encharcado
O suor me consome
Não posso ficar calado
A natureza se revolta contra o homem.
Para que tanta queimada
Tanta vida dissipada
Tanto horror em meio ao verde que nos faz respirar.
Deste modo segue o calor
E com as queimadas vem a falta de ar
O cansaço e a dor de não conseguir frear
Toda essa barbárie
Toda agressão à terra.
Já nem durmo direito
Paupérrimo já não tenho dinheiro
O estado se omite em me ajudar.
Minha profissão é ser poeta
Mas não há vagas para o que pensa
Apenas para os robôs
Que seguem as leis de trabalhar para comer e morar
E morrer.
Ah o calor está de matar
São cinco da manhã
E 33° me fazem levantar
Pegar o lápis e poetizar.
Tá um calor de matar
Enquanto o calor do fogo
Desabriga, castiga a caatinga
O cerrado e a Amazônia.
Vamos nos conscientizar
Basta de queimadas
Chega de derrubar nossas árvores
Precisamos respirar.

Augusto Liras
05/10/2020

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