Visita Inesperada

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"Só existe uma coisa melhor do que fazer novos amigos: Conservar os velhos." (Elmer G. Letterman)


Kagome ria como se não houvesse amanhã. Não conseguia parar. Tentava em vão se controlar segurando a barriga que começava a doer.

-- Eu... Disse que... você perderia para mim, não disse?! – Conseguiu pronunciar recuperando o fôlego depois de um tempo. Agora limpava os resquícios das lágrimas que caíram junto da gargalhada desgovernada. Há quanto tempo ela não ria desse jeito?

No meio da disputa para ver quem produziria mais onigiris as coisas desandaram feio. A Miko continuava a fazer os seus com maestria e eficiência, já Usui... Bem, tudo começou a dar errado no momento em que ele se esqueceu de molhar a mão novamente.

O arroz começou a grudar em suas mãos de uma forma que Kagome nunca imaginou ser possível, mas ele com sua teimosia não quis parar e lavá-las para não perder tempo e continuou a moldá-los mesmo assim, ou ao menos tentou.

Durante o processo de fabricação ele foi tentar coçar a testa com o braço e em consequência disso alguns grãos brancos começaram a cair e decorar sua cabeça, nariz, testa e pescoço.

Do meio pro fim ele tinha uma luva de arroz em cada mão, literalmente, e mais flocos espalhados nele e ao seu redor do que dentro da panela. Parecia uma criança quando tentava ajudar a mãe na cozinha.

Foi aí que ela não se aguentou e desabou numa risada contagiante. Pois logo ele também riu de si próprio.

-- É. Tudo bem. Aceito minha derrota, Higurashi-san! – Admitiu levantando ambas as mãos empanadas. 

"Estou deplorável" Suspirou. Levantou-se, com um pouco de dificuldade, e dirigiu-se até uma bacia grande com água que era utilizada para lavar os utensílios.

Esfregou as mãos até que estivessem totalmente limpas e depois começou a remover grão por grão dos seus cabelos e onde mais ele percebesse que tinha, o que levou algum tempo.

Quando voltou para a mesa notou que a mesma já estava limpa e com toda a refeição posta.

-- Você é bastante eficiente. Bom trabalho senhorita!

-- Sei que sou. Obrigada. – Agradeceu sorridente e convencida, muito feliz pela vitória. – E me chame apenas de Kagome a partir de agora. Não sou muito de formalidades. Nossa!! – Exclamou com a mão na boca segurando o riso, enquanto pedia com a outra mão para que ele se aproximasse dela e se abaixasse ficando de frente para a mesma. – Aqui... Deixa eu terminar de tirar. Você não conseguiu se livrar de todos eles. – Aproximou-se dele para poder remover alguns grãos que restaram na sua franja e em cima da cabeça dele.

O que fez com que os seus seios ficassem mais evidentes aos olhos heterocromáticos. Ele sabia que suas ações não eram propositalmente maliciosas e era isso o que a tornava tão perigosamente atraente.

E ali, ele definiu que esse era o charme dela: A ingenuidade disfarçada de sensualidade. 

"E que perfume ela tem..."

Fechou os olhos gravando aquele delicioso cheiro na mente. Os abriu lentamente depois de sentir que ela se afastava, mas viu os grandes orbes azuis o encarando, melhor, percorrendo a sua face em busca de algum arroz, talvez?

-- Humm, esse é o último, eu acho – Falou enquanto tirava o arroz de seu queixo. E o levantava para que o outro visse. Entretanto sentiu-se estranha pelo olhar que ele estava lhe dirigindo naquele momento, estava nublado, todavia não sabia descrever mais que isso.

Ninguém Muda O DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora