Dois: Troca de Olhares

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Sábado. Onze de Fevereiro
Apartamento da Bella, 09h30min

Desembrulho das sacolas os mantimentos que comprei no mercado mais próximo do prédio que estou morando, o qual fica há apenas dez minutos daqui. O Richard, o porteiro, quem me indicou o lugar. Ele parece ser um rapaz muito legal e prestativo. Separo tudo que é da geladeira, o que vou colocar nas prateleiras e os produtos de higiene também, pois assim ficará mais fácil para guardar. Ontem, depois que a Jessie foi embora, fui para o quarto e logo adormeci pelo cansaço.

Hoje, além de guardar toda a compra que fiz, tenho que revisar o meu cronograma e ir conhecer o campus que irei ministrar minhas aulas, provavelmente tenha alguém na faculdade, mesmo sendo sábado. Vi apenas algumas fotos do prédio e é muito sofisticado e bonito. Tenho certeza que me darei bem nessa universidade, nesse meu novo trabalho. Coloco uma playlist aleatória para tocar, apenas para distrair a mente um pouco, enquanto organizo minhas coisas.

Deixo o peito de frango na pia para descongelar, pois irei fazer alguns pedaços para o almoço. Assim sigo na cozinha, cantarolando Califórnia, da Lana Del Rey. Eu, particularmente, amo essa mulher. Suas músicas me fazem entrar em um estado de paixão absoluta, as letras me fazem arrepiar da cabeça aos pés. Não há uma música sequer da Lana que não sei de cor. Não consigo escolher a minha canção favorita, porque sou apaixonada por todas, por cada um dos álbuns dela.

A Jessie acabou me convencendo a ir em uma casa noturna hoje, ela consegue ser muito persuasiva às vezes. Talvez a Adams esteja certa. Preciso me divertir um pouco e comemorar que estamos juntas novamente, morando na mesma cidade. Quando éramos mais novas, saíamos todos os dias e depois que ela se mudou com a sua família para Beaufort e eu continuei em São Francisco, às noites nas baladas não eram as mesmas. Nós duas sempre tivemos muito em comum.

Principalmente a capacidade de atrair homens que não valem nada. Todos os homens com quem namorei — que no total foram três —, usavam verdadeiras máscaras de gentileza. Paul: o conheci no ensino médio, era o típico “príncipe encantado” que conquistava qualquer garota que quisesse e eu não fui a única quem caiu em seus encantos, me apaixonando perdidamente pelo líder do time de basquete, o qual arrancava suspiros até das professoras. 

No entanto, o “príncipe” virou o “sapo”, logo no nosso segundo mês de namoro. Seu ciúme obsessivo em não me deixar visitar a Jess ou até mesmo vestir roupas mais curtas, era nojento. Ele foi o meu primeiro namoro sério e durou apenas dois meses. Depois do nosso término, Paul felizmente se mudou e pude ter paz e sossego outra vez, já que o loiro sempre ficava no meu pé, querendo uma reconciliação. Jimmy: era como o Paul, na frente das pessoas era um anjo. 

Entretanto, quando ficávamos sozinhos, ele era agressivo e demonstrou tal agressividade na segunda semana que oficializamos o nosso namoro. Ele costumava me mandar flores e bombons, algo que eu achava fofo. Jimmy era um dos veteranos de psicologia, um pouco calado, mas muito querido por todos os professores. Fui eu quem dei o primeiro passo, iniciando uma breve conversa, enquanto esperávamos na fila da lanchonete. 

𝐔𝐌𝐀 𝐋𝐈𝐍𝐃𝐀 𝐌𝐔𝐋𝐇𝐄𝐑, 𝘑𝘦𝘰𝘯 𝘑𝘶𝘯𝘨𝘬𝘰𝘰𝘬Onde histórias criam vida. Descubra agora