Felipe

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Cerrei os olhos pra ter certeza de quem eu estava vendo, não é possível que ela tenha dado as caras por aqui, não depois de tudo que sua irmã fez.

-Eu já venho, está bem? – falei pra Melissa e ela assentiu.

Me levantei dali e caminhei com pressa em direção a ela, reconheceria seus cabelos negros e longos de longe.

-Tereza. – a chamei e a morena se virou pra mim, segurava uma taça de champanhe em uma das mãos, sorria.

-Benzete... Como vai meu sobrinho? – perguntou sorrindo e eu bufei.

-Ele não é seu sobrinho, não tem relação nenhuma com a família de vocês. – falei com raiva.

-Ei ei ei, vamos com calma, quem aprontou com você foi Sophie, o resto de nossa família não teve nada a ver com isso. – ela disse no mesmo tom.

-Não me interessa suas palavras, quero todos vocês bem longe do meu filho. – ela revirou os olhos.

-Bernardo tem o direito de conhecer a família. – tive de rir.

-Ah claro, a família da mãe dele, que o abandonou. – ela bufou.

Algumas pessoas que passavam por ali nos olhavam curiosos.

-Sophie não o abandonou e todos nós sabemos disso. – ela se aproximou mais de mim e cruzou os braços.

E pensar que foi isso o que mais me atraiu em Sophie quando a conheci.... a audácia.

-Ela só me deu um golpe e depois queria matar o próprio filho, não é?! – cerrei a mandíbula tentando conter a raiva que eu sentia.

-Ela tentou se redimir no final, você não deixou. – revirei os olhos.

-Se redimir? Fala sério, Tereza, todos nós sabemos e que sua irmã se viu na oportunidade de conseguir mais do meu dinheiro. – meus punhos ardiam tamanha a pressão que eu fazia ali.

-Você a mandou sumir, não temos notícia delas a quase cinco meses é a culpa é sua. – ela apontou pra mim.

Comecei a escutar o murmurinho das pessoas à nossa volta e respirei fundo, não poderia causar esse tanto aqui, não hoje, em uma das festas de Frost.

-Nada disso importa mais, Bernardo e MEU filho e ele está ótimo, vocês não tem que se preocupar. – dei um passo pra frente, chegando mais perto ainda da morena. – Não ouse tentar se aproximar dele que eu faço da sua vida um inferno, Lima. A sua e a de quem ouse ameaçar tirar meu filho de mim. – terminei e a vi engolindo em seco.

-Pois então nós temos uma guerra feita, Benzete. – ela disse e então me deu as costas, me deixando sozinho.

Saí dali a passos rápidos, da mesma maneira que cheguei.

A festa tinha acabado pra mim...

Eles que ousem tocar em um fio de cabelo que seja do meu filho sem a minha autorização.

A raiva dominava cada célula do meu corpo, e eu sei que isso não é bom, pois nunca faço coisas boas quando estou com raiva. Fui pro banheiro e tentei me acalmar um pouco, esse lugar tinha perdido toda a graça e eu queria ir embora daqui o quanto antes.

Molhei a nuca e suspirei vendo meu reflexo no espelho, extremamente limpo, do local. Sai dali e fui direto para a mesa onde havia deixado Melissa a alguns minutos. Ela não estava sozinha, Pedro e Lillia a acompanhavam. Os três riam de algo enquanto o casal bebericava suas taças de champanhe e Melissa de suco.

Me senti mal por saber que eu acabaria com a noite deles, mas eu realmente não suportava mais ficar nesse lugar. Me perturbava saber que eu estava no mesmo ambiente que alguém que tem coragem de ameaçar tirar meu filho de mim.

Muito mais que uma BabáOnde histórias criam vida. Descubra agora