Daddy King - Vkook

Uma noite dolorosa

Era de madrugada quando acordei assustado. Onde está o meu bebê? Eu acordei chorando. Eu queria o meu filhotinho. Comecei a tremer já desesperado, olhei para as minhas mãos e estavam vazias...eu quero o meu filho, eu preciso dele!

Tentei sair da cama, mas fui abraçado com mais força. Me dei conta de quem estava comigo, que o pai do meu filho está comigo. Eu quero muito sair dessa casa correndo atrás do meu filho, mas o Tae não me solta! Me virei de frente pra ele, com a mão trêmula em o sacudi.

_ Tae...me solta...meu filhote...meu filhotinho... Tae, me ajuda...o meu filho...

_ Hum? Amor...que foi? Jungkook? Ai meu Deus, Jungkook!

Tae acordou assustado. Eu parecia uma batedeira. Eu não conseguia parar de tremer e chamar por meu filho. Eu não conseguia parar! Eu queria ver o meu filho! Eu preciso dele, o meu filho...

_ Meu filho, meu filhote, meu filhotinho...

Eu repetia. Os tremores se juntaram com um leve balançar. Tae me botou sentado na cama, eu continuava encarando as minhas mãos. Elas estavam vazias! O meu bebê não estava comigo. Tae me fez olhar para ele, minha voz saía sem eu querer. Tae me chamava, eu queria responder a ele, mas a falta do meu filho me fazia chamar por ele.

_ EU QUERO O MEU FILHO! ME DÁ O MEU FILHO!

Eu passei a gritar com Taehyung, exigir o meu bebê. Foi ele! Foi ele que tirou o meu bebê de mim! Na hora uma raiva me tomou o corpo. Eu parti pra cima dele. Eu batia, gritava, eu queria a criança! Desesperadamente eu queria o bebê!

Tae não gritava de volta, não devolvia os ataques, ele me segurou pelos pulsos, tentava me chamar. Eu não ouvia a sua voz, tentou me beijar, mordi ele. Eu estava enlouquecido, eu queria a criança! Eu tenho que cuidar dela, é o meu dever! Ela tem que sobreviver! Ela tem que viver. Eu preciso cuidar dela, eu sou a mãe! Ela só tem a mim! Eu preciso proteger o meu filho! Eu quero o meu bebê! Onde eu posso esconder ele desse mundo malvado e dolorido? ...Tae me deitou na cama. Ele é muito forte, não consigo levantar...ele passou a gritar. Devagar, bem ao longe a voz dele se tornou presente, assim como o meu choro desesperado.

_ BABY, OLHA PRA MIM! NOSSO FILHO ESTÁ BEM! NINGUÉM FARÁ MAL A ELE! ELE ESTÁ BEM, JUNGKOOK, ESTÁ A SALVO!

_ EU PRECISO CUIDAR DELE!

_PORQUE?! PORQUE PRECISA TANTO CUIDAR DELE?

_PORQUE É HORRÍVEL!...Porque o mundo lá fora é horrível...é horrível viver...

Eu parei de resistir a ele. Eu caí num choro desesperado. Me lembrei de tudo o que passei naquele quartinho do supermercado. Do mal que meus pais deixaram no meu coração... no medo de ficar na rua, o medo de morrer, de meu filhote não sobreviver, dos dias de fome...tinha a comida do mercado, mas eu não podia comer nada, eu não podia pagar.

Lembrei das noites de dor, de rezar para apagar e não sentir nada, das noites em claro olhando de hora em hora pra saber se eu estava perdendo ele. Lembrei de todos os remédios que me receitaram, de descartar comprar os de dor para tomar os que ajudariam o meu bebê, de mentir pro médico que estava fazendo pré natal, das desculpas dos exames não feitos, de ver os pais das crianças junto das mães enquanto eu precisava pedir ajuda para subir um degrau ou outro no médico.

Eu observava e ouvia as mães conversando para saber o que fazer para dormir, para fazer coisas simples. Lembrei das vezes que coloquei a foto do Tae no celular pra dormir olhando pra ele, das vezes que falei sozinho...quando me desculpei com o meu filho por ele não ter um pai... me lembrei também das noites de frio, eu não tinha nada pra me cobrir, eu vendi tudo... tinha voltado a pé do hospital. Aquela madrugada quase me mata de tanta frieza.