Maldito celular

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M O R G A N

Eu odeio ele.

A minha vontade nesse momento é meter a mão naquele rostinho bonito

lindo melhor dizendo.

Apollo passou toda a manhã e parte da tarde trancado naquela porcaria de escritório fazendo sei lá o que. Bati na porta inúmeras vezes mas ele sempre ignorava então aqui estou eu esparramada na cama após colocar os gêmeos cada um em seu quarto, morrendo de sono mas sem vontade de dormir.

Toda vez que fecho meus olhos me lembro dele, não são lembranças nem um pouco agradáveis, passei quase um mês presa naquele inferno enquanto o babaca de Vicenzo tentavam tirar de mim alguma informação sobre Apollo, mesmo repetindo diversas vezes que não fazia nem ideia de seu paradeiro.

Um arrepio percorre minha espinha me fazendo ficar encolhida na cama, enquanto refletia de tudo, principalmente da minha infância.

Mamãe e papai sempre fizeram de tudo para me ver feliz, não eram aqueles pais que davam tudo que eu queria claro, mas eles sempre me deram memórias incríveis. Mesmo com uma vida simples nos tínhamos o que mais importava, o amor.

Até aquela noite.

Eu tinha vinte e dois anos mas ainda morava com meus pais, estava voltando da faculdade quando recebi uma ligação de Apollo.

Flashback on

Enquanto entrava no ônibus meu celular não parava de tocar, mas por medo de ser assaltada no caminho não o atendi. Assim que me sento em um dos acentos vasculho minha bolsa atrás do meu velho aparelho, onde haviam sete ligações perdidas e nove mensagens de Apollo.

Mesmo sem saber do assunto, sinto meu coração disparar seguido de um aperto peito. Retorno imediatamente as ligações sendo atendida no primeiro toque.

—Amor, o que houve? Estava no caminho para o ônibus não consegui atender.

—Morgan, querida... é melhor você chegar em casa primeiro, estou a sua espera aqui.— um barulho alto de sirene se fazia presente no fundo.

— Espera você tá na minha casa? Que barulho é esse? Apollo pelo amor de deus o que está acontecendo?— começo a me sentir sufocada enquanto o outro lado da linha fica mudo por alguns segundos.

—Dea, é melhor eu te contar pesso...

—ME CONTA AGORA APOLLO—grito não me importando com ninguém ao meu redor. Quando me dou conta o ônibus está chegando em minha rua.

—São seus pais Morgan.— ele diz apenas, meu corpo todo treme, eu me sinto gelada.

—O-o que tem os meus pais Apollo? — o ônibus finalmente chega, me apresso em descer do mesmo, dando de cara com uma ambulância e dois carros de Polícia.

Minhas pernas ficam bambas no momento em que vejo duas macas com corpos cobertos por um lençol branco saindo de dentro da casa.

Despenco ajoelhada com meu corpo trêmulo, sinto braços fortes me rodearam.

—Eu sinto muito baby, não queria que isso tivesse acontecido.— no momento não entendi o que quis dizer, apenas choro e me agarro mais a ele, tentando de alguma maneira, tirar toda a dor que eu estava sentindo.

—Eu vou cuidar de você Morgan, nada de ruim voltará a te acontecer....

Flashback off

Promessas não cumpridas.

Um ano depois fui chutada grávida da casa dele, bela maneira de cuidar de alguém.

Salto da cama cansada desses pensamentos, eu preciso espairecer. Desço as escadas com cuidado já que a casa estava totalmente escura, devagar vou andando até a cozinha com medo de esbarrar em algo.

Encho um copo de água e me sento na bancada.

—Também perdeu o sono? — Jesus, quase engasgeui, ainda no escuro vejo uma silhueta vir até mim.

—Você quer me matar do coração? — coloco a mão no peito ainda tentando me recuperar.

—Eu quero fazer muitas coisas com você dea, mas matar não é uma delas.— sua voz rouca me faz arrepiar, nossa senhora das mães celibatarias, me ajuda.

Ele se aproxima mais parando em minha frente, prendendo meu corpo com o seu.

— Q-que coisas são essas.— em minha defesa, a curiosidade é meu maior defeito. Sua boca se aproxima do meu pescoço, ele respira meu perfume me fazendo encolher um pouco.

—Ah dea.— deposita um beijo casto em meu pescoço.— eu te comeria toda aqui, só pra começar a matar a saudade.— ele irozina levando seu beijo a minha bochecha, se aproximando cada vez mais.

Suas mãos apertam minha cintura, podia sentir dia ereção roçando em meu vente, meu corpo parecia uma geleca em seus braços, uso toda minha força para controlar gemidos que insistiam em sair.

—Abra as pernas para mim querida— ele volta a beijar meu pescoço enquanto sua mão vai de encontro com a barra da minha camisola.

Cazzo— ele para ao ouvir seu celular tocar maldito celular. — eu preciso atender dea, é importante.— diz simplesmente e deposita um beijo em minha testa me deixando confusa e completamente excitada.

Ainda com as penas bambas, desço da bancada indo para o meu quarto repreendendo a mim mesma pelo acontecimento de poucos segundos atrás.

Me jogo na cama e fecho os olhos na tentativa falha de acalmar meu corpo. Ouço a porta abrir lentamente e alguém entrar em passos lentos.

—Mamãe? Tá acordada?— a vozinha de Athena acoa no quarto enquanto outros passos se aproximam.

—Ela deve estar dormindo Nana.— Bash sussurra me fazendo sorrir.

—Estou acordada pequenos, subam aqui.— os dois sobem, ditando cada um em um lado da cama me deixando no meio. —perderam o sono?

—Não, só não queríamos ficar sozinhos.— meu bebê diz lentamente com sua voz sonolenta.

—Isso ai.— Nana confirma da mesma maneira me fazendo rir.

Deposito um beijo na cabeça dos dois em seguida cantando uma música aleatória da Disney, como fazia quando eram bebês.

Não tenha medo, pare de chorar.
Me de a mão, venha cá.
Vou protege-los de todo mal.
Não há razão pra chorar...

Cantando em sussurros, deixo o sono me embalar, enquanto me perco na lembrança daqueles malditos olhos azuis.

APOLLO "Por trás da Máfia"Onde histórias criam vida. Descubra agora