Encantada..Mas Talvez..Encantada?

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Com um enorme sorriso, a morena fechava a mala, olhou em volta para se certificar que não estava esquecendo nada.

– A escova de dente! Merda! — praguejou e foi em direção ao banheiro buscar o item. Seu celular começou a vibrar, sabia que era o grupo, o pessoal estava ansioso para a viagem em grupo. Com tudo pronto, a morena olhou as mensagens e todos confirmaram que se encontrariam na casa de praia que já os aguardavam em Iriri.

Poucas horas depois a morena já chegava a casa com um sorriso de canto, a brisa leve, o som do mar e o ar fresco a deixava fascinada. Paulin, Tais, Letícia e Tabata retiravam ambas as coisas do carro anunciando que tinham chegado a pouco tempo.

– Chegou o furacão para dar uma balançada nessa brisa leve. — paulin disse indo de encontro a morena.

– Oh meu gayzin lindo — ela abraçou o moreno e ele a ajudou a tirar suas coisas.

– Ainda bem que Tais resolveu vim com você Tabata, como aguentou os peidos fedidos dela o caminho todo?

– Vai se fuder Gizelly — apontou o dedo do meio para a morena fazendo Tabata e Letícia rirem.

– Também te amo, vamos dividir o quarto? - falou entrando na casa sendo acompanhada por ambas

– Não! Vou ficar com Paulin, Letícia e Tabata ficaram no outro e ainda sobra uma suíte para você sozinha princesa — falou debochada

– Nossa vou ficar sozinha? — fez um bico.
– Amei! — sorriu abertamente e Tais revirou os olhos

— Vai pagar mais caro por ficar com a suíte melhor — Tabata disse e se jogou no sofá

— Que? Eu hein, vou ficar sozinha não! — todos riram e Paulin passou pela morena lhe entregando a chave do quarto

— Pão dura! — todos disseram e passaram pela morena indo para ambos os quartos.

A advogada subiu para conhecer o seu e levou um tempo organizando suas coisas dentre tomar banho e verificar suas redes sociais. Quando desceu encontrou todos lanchando e só assim sua barriga anunciou a fome. Paulin estendeu o prato com um sanduíche e avisou que tinha suco natural na geladeira. Comiam enquanto conversavam animadamente, logo depois de lanchar Gizelly abriu uma cerveja e observou a vista enquanto escutava Tabata e Tais combinarem de ir à praia, todos concordaram e a morena subiu para colocar um biquíni.

– Gizelly? — Tais estava do outro lado da porta.

– Entra safada — terminou de vestir o short jeans e fez um coque nas madeixas castanhas enquanto se olhava no enorme espelho.

– Me empresta aquele biquíni que usei uma vez? — perguntou sentando na cama

– Claro, mas ver se dessa vez lava direito, da última vez ficou fedendo — fez uma careta para a outra morena e sorriu travessa.

– Porque você é assim véi — revirou os olhos e riram cúmplices.

Esperou a amiga trocar de roupa e descerram ao encontro dos demais. Resolveram andar na praia, pegar um sol e beber algumas cervejas, Paulin carregava a caixa térmica com as bebidas enquanto Tabata Letícia e Tais faziam story e tiravam fotos. Logo acharam um lugar onde pudessem se sentar em frente o mar. Paulin e Gizelly apreciavam à vista enquanto bebiam, as demais foram mergulhar ou andar pela praia.

– Nossa que lindo! — paulin dizia enquanto olhava um cara sair da praia com o corpo sarado. Gizelly olhou a figura através da lente de seus óculos escuro e continuou comendo o amendoim como se não fosse nada demais.

– É hétero, esquece — a morena disse sem olhar o amigo

– Como você sabe? Eu hein, isso não me impede de admirar essa bela obra de arte. — tomou um gole da cerveja e a morena riu negando com a cabeça.

– Voltamos! — tabata praticamente gritou, animada. Letícia e Tais gargalhavam sem parar.

– Vocês já estão bêbadas? Sangue fogo e labareda – gizelly ralhou pegando mais uma cerveja.

– O suficiente para fazermos amizade, encontramos uma galera legal e nos convidaram para uma festa hoje a noite na casa que eles estão hospedados! — tabata falou eufórica

–  A cinco minutos atrás questionei minha sexualidade diante daquela médica — Letícia disse fazendo os demais ri.

– Talvez você já é gay amiga, só está se descobrindo — paulin acrescentou.

– Eu levaria um tapa dela e agradeceria – Tais disse e gargalhou.

– Tais? - todos gritaram

— Meu Deus! Vocês são muito fracas para bebida eu hein.

– Vamos! Avisamos que voltaríamos para lá, só viemos aqui chamar vocês dois! - A amiga de Gizelly disse pegando mais uma cerveja e caminhando com as outras para o local de onde vieram.

Gizelly assentiu e foi um pouco mais atrás com Paulin jogando conversa fora.

– Gente, esses são Gizelly e Paulin — tabata os apresentou sorrindo. Gizelly cumprimentou todos com um sorriso sincero. Eram em média cinco pessoas, duas mulheres e três homens. Todos conversavam animadamente acompanhados de uma música. A advogada sentou em uma dos bancos oferecidos e encarou o mar bebericando sua cerveja.

Uma figura loira chamou sua atenção, ela caminhava em direção ao grupo com uma saia longa acompanhado de um corte que deixava toda sua coxa esquerda a mostra, os cabelos loiros longos voavam em sintonia. Gizelly percebeu que a encarava demais e desviou o olhar assim que a loira chegou ao quiosque.

– Ah! E essa é a Marcela! — tabata disse.

— Marcela Mc Gowan — a médica disse com um sorriso tão bonito que fez a morena coçar a nunca. Ela encarou a advogada e logo em seguida cumprimentou com um aperto de mão fazendo  o mesmo com Paulin. Assim que a loira deu as costa o amigo de Gizelly sussurrou:

– Nossa... ela é perfeita né? — dizia boquiaberto. Gizelly estalou os dedos no rosto do outro.

– Hellouuuuu!

Gizelly não iria dizer, mas tinha achado a loira linda também, algo nela a chamava a atenção. O nível de álcool só aumentava e a morena  também conversava com os colegas que acabara de conhecer, menos com a loira, não conseguia olhá-la por muito tempo, ela a intimidava. Em certo momento da conversa, a sexualidade do irmão de Marcela foi questionada.

– Você é trans? — tabata perguntou e arregalou os olhos surpresa.

– Sim, sou. — Enzo respondeu simpático.

– Nossa desculpe... eu.. só

– Tudo bem. As pessoas costumam ter esse tipo de reação mesmo. – sorriu. Gizelly observava a cena calada. O grupo continuava a conversa mas tabata estava curiosa demais. Marcela começou a explicar como foi para a família lidar com a sexualidade do irmão, e também a sua. A advogada ficou em alerta observando a loira explicar com a maior calma e delicadeza do mundo. Se pegou observando tudo na loira e assim que correu os olhos aos castanhos da médica, os encontrou a encarando, o frio na barriga fez a morena desviar o olhar e com uma desculpa se afastou para pegar mais cerveja.

Os Opostos Se AtraemOnde histórias criam vida. Descubra agora