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Point of view • Zuri Pearl Thuli


— E então, estão gostando de ficar lá? — pergunto para as duas sentadas a minha frente, enquanto se lambuzam de sorvete.

Eu estava morrendo de saudades desses quatro olhos.

— Uhmhum, a vovó Donna faz bolo todos os dias. — Dy diz e rimos.

— O avô Michael está me ensinando alguns truques do exército. — Amara diz e assinto, sorrindo. — Quando poderemos voltar para casa?

— Quando vocês quiserem voltar, filha. — digo e passo os olhos pelo Aaron, que dorme perfeitamente ao meu lado.

Coisa mais linda!

— Tomem esse sorvete de uma vez. O Ron não pode ficar fora de casa por muito tempo. — as duas concordam.

— Olha que coincidência. — uma voz masculina e familiar ecoa atrás de mim.

— Tio Thiago! — Dyami se levanta e abraça o homem. Me viro.

É ele mesmo!

— Olá, tio Thiago! — Amy o cumprimenta.

— Oi, minha linda! E a nossa partida de basket?

— Algum dia a gente combina. — Thiago assente e olha para mim.

— Parece que hoje foi o dia do passeio com a crianças. — sorrio e assinto.

— Pois é! Aproveitámos que o pequeno tinha uma consulta e viemos tomar um sorvete, que inclusive já terminámos, não é?! — as duas concordam e o Thiago coloca a Dy no chão.

— Ah, mas já? Eu gostaria que você me ajudasse em algo. — franzi a testa sem entender.

— Se eu puder ajudar.

— Eu liguei para você, hoje mais cedo, e o seu marido atendeu.

Então foi para ele que o Mike mentiu.

— Então era você! — digo em um sussurro.

— E ele disse que você não poderia falar, então eu disse que ligaria mais tarde. Mas não sabia que poderia te encontrar aqui. — o jeito que ele olha para mim... É estranho.

— Em quê posso te ajudar? — pergunto curiosa.

— Como eu estou começando a decoração da minha casa, pensei que você pudesse me ajudar, já que eu não entendo absolutamente nada disso.

Análise rápida... Ele é solteiro, normal que não saiba. Ele é meu amigo à muito tempo, normal que me peça ajuda. Ele é meu vizinho, normal que me procure. Tenho um carinho por ele, seria rude da minha parte não ajudá-lo. Ele está se aproximando demais de mim, o quê sinto que seja estranho.

— Ah, eu estou com às crianças e o Aaron não pode ficar mais tempo fora de casa. — acho que é uma desculpa verídica, talvez assim eu não me sinta tão mal.

— Mas nem meia hora? Meninas, vocês também poderiam ajudar. — olha para as duas que assentiram animadas. — Meia hora. — olha para mim com uma cara de cachorro abanado.

Essa cara não, ser humano.

— Tudo bem. Mas só meia hora! — os três comemoram.

Desculpa, mas qual foi o dia em que o Thiago ganhou tanta confiança assim das minhas filhas?! Porque eu não lembro!

Nothing between us • Michael B. JordanOnde histórias criam vida. Descubra agora