Conto 1, 4

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Empatia

      Ainda confio em você.

     A frase de YuChan repetia na cabeça de Jun. Ele teria que contar aos outros.

     O Deus da água não tinha coragem para isso, porém, saber que não dizer iria decepcionar, tornava a tarefa como uma obrigação.

      Junhee só precisava tomar um pouco de ar, ele estava a beira de um ataque de pânico. Tudo aconteceria novamente.

      A muito tempo atrás ele cometeu um erro que acabou com a vida de alguém e foi odiado por isso, ninguém se interessou em saber o que de fato aconteceu. Já agora, ele novamente cometeu um erro e não fazia ideia no que poderia resultar.

      Quando Junhee aceitou a missão ele não pensou muito bem, a adrenalina tinha subido à cabeça. Ninguém nunca a fez antes, ele não fazia ideia de qual seria o limite de tempo ou se de fato havia um, e também tinha a punição. Tinham missões no céu que te puniam até com a perda do título, Jun não acredidava que as Deusas Primordiais fariam algo tão radical, mas ele não tinha como saber.

      Ele morria de medo de ser odiado, e se contasse aos outros seria exatamente isso que aconteceria.

      Apesar de ser notado por Chan, ser a desculpa que Jun usou para tentar a missão, o inconsciente dele sabia que também havia outra coisa.

      Mesmo que a missão para se tornar herói não pareça muita coisa e seja vago, Jun sabia que isso o faria ter o reconhecimento delas e um status maior. Sendo assim, seria mais facil para ele pedir um favor á Deusa da Sorte.

     Junhee apenas queria ter a chance de pedir desculpas.

      Os cinco tinham parado em uma clareira na floresta, perto da civilização, a fim de descansar. Como estavam sem os seus poderes, o cansaço aumentava, mesmo que ainda não fosse igual ao de um mortal, assim, eles esperariam para poder continuar a trilha até a cidade.

      Sentado se apoiando em um tronco, Byeongkwan olhava em silêncio para as copas das árvores. Ele costumava ser tão agitado e divertido, mas os últimos tempos não têm sido tão bons.

     O Deus da energia se sentia tão sozinho.

      Ele não fez nada e perdeu o seu amigo.

      Se sentindo solitário, Byeongkwan decidiu que queria falar com alguém. O Deus da água parecia tenso demais, o Deus do fogo parecia estar distante, e o Deus do ar não era uma opção.

     Mesmo que ele tivesse receio de conversar com o Deus da Terra, já que este é muito fechado, ele era o único que ainda parecia ter a mente na realidade.

"Donghun?" Byeongkwan sentou-se ao lado dele "Você está bem? Sabe, com tudo que está acontecendo".

"Acho que sim" ele teve dificuldade de responder por conta da timidez, mas ficou feliz por alguém ter ido falar com ele e se importado.

"Posso ficar um pouco com você?" Byeongkwan pergunta sentindo um olhar queimar em sua visão periférica "É que eu estou me sentindo sozinho".

"Por que? É só uma sensação ou algo aconteceu?" Donghun tenta parecer amigável, mas por dentro fica extremamente ansioso, ele não sabia falar direito com as pessoas "Eu também costumo me sentir assim as vezes. Além do YuChan, eu não tenho outros amigos, e ele nem sempre tem tempo".

"É fácil resolver isso. Posso ser seu amigo?" Byeongkwan pergunta e estende a mão como se fosse um acordo.

      Donghun estranha. Amizade para ele era tão complexo como ser um Deus. Toda vez que alguém olhava para ele, o coração de Donghun batia como louco, suas mãos suavam e ele só pensava em fugir o mais rápido possível. Todos pensavam que ele era metido e introvertido.

Tales of the Lost and Fallen GodsOnde histórias criam vida. Descubra agora