Conto 1, 3

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Segregação

  Os raios solares invadiram o templo da Deusa da vida de forma sorrateira, indo direto à face do Deus do fogo, visto que ele era o mais próximo da entrada do templo, logo o sol banhou a todos, os acordando e trazendo clareza ao templo.

    Kang YuChan, piscou um pouco os olhos antes de abri-los, sentindo suas forças serem restauradas com a luz, uma vez que era um deus mais matutino do que noturno. Embora seu sono tenha sido tranquilo, sua mente retornou a agitação, e a lembrança da madrugada invadiu sua mente.

    Por questão de apenas quase um minuto, ele e o Deus da água trocaram olhares sem qualquer significado, apenas se olharam, mas de algum jeito YuChan percebeu que as cor dos olhos de Junhee haviam escurecido. Ele não havia o perdoado ainda por seu erro bobo, estava certo que ele foi de bom grado assisti-lo, contudo não era de tão perto que queria ver o desempenho do outro, muito menos ter que se juntar a missão considerada a mais difícil das primordiais.

    Chan se lembrou que além de Junhee, ele era o único que sabia a razão da queda e sobre a missão, os outros deuses ainda estavam no escuro sobre o porquê caíram. Ele havia decidido não contar a verdade, a fim de dar uma chance a Jun de ser sincero, mas devido a relação que os elementais possuem, não seria uma tarefa fácil abordar o assunto. Com um suspiro, YuChan enfim levantou da sua cama improvisada, já guardando as almofadas no lugar, mas sem antes observar que nem todos haviam acordado.

     Além do Deus do fogo, os deuses da Água, Terra e Raio já haviam levantado e arrumado suas coisas, todos estavam prontos para sair, mas ainda faltava o Deus do vento, Kim Sehyoon, este o qual dormia no canto mais afastado do templo, onde a luz do sol quase não batia. ByeongKwan percebendo que o outro não ia acordar por si mesmo, foi até o Deus dorminhoco ajudar com o trabalho, ou seja, acordá-lo a seu modo. 

    Assim que ByeongKwan se aproximou do Deus do Vento, ele se abaixou ao lado de seu ouvido, e fez o que para si e os demais tinha que ser feito, o acordou. Com um grito. Kim Sehyoon acordou em um sobressalto, ele não esperava ser acordada de tal forma ultrajante, para os deuses dormir pode até ser um capricho, mas para o Deus do vento dormir era algo importante e que não podia ser tratado de tal forma. Agora acordado, Sehyoon já ia reclamar com quem gritou ao seu ouvido, mas interrompeu o ato ao perceber que todos o observavam, então tratou de se apressar.

"Agora que todos acordamos, é melhor sairmos daqui logo, antes que a deusa da vida desconte sua fúria em nós por usarmos o templo dela" pronunciou se JunHee pela primeira vez, o deus da água já estava ciente que as primordiais provavelmente já sabiam sobre o acontecido, e não gostaria de estar por perto de um dos domínios dela quando a fúria viesse.

     Dessa forma, todos saíram do templo, sem muita opção de onde deveriam ir, os deuses desceram as escadas e seguiram por onde acharam conveniente, evitando em principal os humanos que chegavam aquela região. Depois de um tempo de caminhada, eles enfim chegaram a uma floresta, pelo menos ali não teria pessoas que poderiam questionar o que cinco homens vestidos de forma elegante e diferente estão fazendo no meio do nada.

"Esperem" o Deus do vento chamou a atenção de todos, os fazendo parar de andar "Eu ainda gostaria de um pedido de desculpa do Deus do raio"

"Como?" Questionou ByeongKwan, ele tinha plena certeza que não havia feito nada errado e que valesse um pedido formal de desculpas, mas ao encarar a expressão de Sehyoon, entendeu um pouco o porquê e riu com isso "Se está querendo que me desculpe pelo que fiz mais cedo ao te acordar, não me arrependo, então não irei pedir"

     O Deus da terra ao perceber que ambos os deuses poderiam começar uma discussão sobre o assunto, para si, bobo, resolveu intervir indagando sobre um problema que todos tinham que resolver.

Tales of the Lost and Fallen GodsOnde histórias criam vida. Descubra agora