LEISURE TIME - Miraculous AU

alívio

Estendeu uma toalha para ele, evitando olhá-lo. Ele riu da reação dela, mas Marinette preferiu ignorá-lo. Caminhou até o cabideiro; pendurou o seu jaleco; lavou as mãos na pia; e por fim vestiu seu casaco moletom rosa, o qual estava na cadeira de atendimento.

Adrien, depois de limpar o óleo de seu corpo com a toalha, começou a se vestir e observou a azulada sair da sala e ir até a recepção. Terminou de calçar os sapatos e pegou os objetos pessoais que havia deixado no divã perto da porta.

Quando colocou a mão na maçaneta, Marinette abriu a porta por fora. Adrien se espantou com o ato repentino. E ele não foi o único, já que a mestiça deu um súbito passo para trás e acabou batendo a cabeça na parede.

— Er... Vamos? — ela falou, meio sem jeito.

O loiro concordou e a acompanhou para a recepção. Esperou Marinette trancar a porta da sala e entregar a chave à recepcionista. Enquanto as duas conversavam, ele caminhou pelo local observando as plantas e a decoração.

— Jacqueline, cancele os próximos clientes. Eu tenho que fazer algo agora — a mestiça sussurrou para a amiga recepcionista.

— Você vai sair com esse homem? O que aconteceu lá dentro? — a mulher perguntou, surpresa com a atitude de Marinette. A mestiça era uma das pessoas mais profissionais que ela conhecia.

— Não aconteceu nada, mas ele é uma pessoa importante do meu passado e eu preciso conversar algo importante com ele.

— Entendo... Tudo bem! Eu informo aos clientes. Acho que a chefe não vai se importar, já que você veio substituir a Rey de última hora.

Marinette assentiu e se despediu de Jacqueline. Chamou Adrien e os dois caminharam juntos para fora do local. A azulada foi na frente, evitando olhá-lo. Ele se sentiu mal, já que era o culpado dela estar tão agindo assim. Ele quem se afastou primeiro. Não poderia pedir que ela fosse extremamente receptiva com ele, depois de anos distantes. A culpa de tudo era dele.

Ao chegarem na rua, destravou o carro e olhou para uma Marinette incrédula. Ela parecia processar algo. 

— Tudo bem? — ele perguntou, tirando-a do transe. Ela o olhou.

— Eu... só acabei de me dar conta que... a gente não se fala há anos. Eu não sei porquê eu aceitei ir pro seu apartamento... Isso é uma loucura!

— Se você quiser, a gente pode ir num café aqui perto ou num bar. Eu só preciso conversar com você, Marinette... Faz tanto tempo... Por favor, me dê uma chance de explicar tudo — ele pediu, com os olhos implorando a compreensão do seu estado atual. Marinette mordeu o lábio inferior e inspirou fundo.

— Tá bom... A gente pode conversar no carro — ela falou, abrindo a porta do veículo e sentou no banco do passageiro.

Adrien adentrou o carro no banco do motorista e se ajeitou para observar a mestiça melhor. Ela brincava com a barra de sua saia, tentando acalmar o seu nervosismo.

— Você pode me perguntar o que quiser, pode me bater, pode me xingar. Vamos resolver o nosso passado hoje — o loiro disse, determinado.

— Eu não quero te bater nem te insultar, Adrien — ela falou, passando a encará-lo. — Eu só quero que você me explique o porquê. Por que você se afastou de mim naquela época? Por que se tornou tão fechado e ocupado? Você se tornou tão superficial e ausente, quando foi morar lá. Nem pareceu se importar tanto com o nosso término.

Adrien inspirou e expirou lentamente, processando o que iria dizer. Falar dos seus sentimentos era algo muito difícil para ele. Quando namorava Marinette, antes de se mudar para Londres, era mais fácil falar sobre si. Ele se sentia relaxado e acolhido com ela. E mesmo assim ele se afastou dela.