Carta I

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Maputo, 10 de setembro de 2020

Olá, Ayana! Eu não sei como se escrevem cartas, achei este modelo lá na internet, é bem simples, mas acho que serve para te escrever. Também, o importante é que tu entendas o que te quero dizer, embora eu não possa, em letras, descrever o que senti ao saber que havias partido para a tua terra natal. Quem diria que eras de Zambézia?

Soube que tinhas voltado para a cidade de Quelimane das tuas amigas aqui em Maputo, fiquei feliz por estares a fazer o que queres mas não sei o porquê de não me teres dito que estavas de malas prontas para a província dos cocos. Por que fizeste isso? Por que não me contaste absolutamente nada? Por quê, Ayana? Por quê?

Desculpa-me se estiver a ser um incómodo, não me deves satisfação alguma, não somos tão achegados. Mas acho que percebes a minha zanga pois acho que já estávamos muito perto de ser alguma coisa mais que compatriotas ou eu não sou bom em achar coisas.

Não teres me dito que te ias embora faz-me pensar que eu possa ser a razão da tua partida. Diz-me que não, Ayana, minha flor, minha mais linda e maravilhosa flor. Espero que defiras esta cartinha de desespero e me dês uma oportunidade de te mandar, um dia, uma cartinha de amor, se esta não for uma.

Eu não sei se esta carta chegará até ti, mas mesmo assim escrevo, pois alimento uma esperança de me responderes e de um dia voltar a te ver. Então, por favor, Ayana, vê o que fazes.

Recebe os meus mais calorosos cumprimentos e abraços, Ayana!

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