Nós Três [M]

Cap 1

Menor💣

Aqui estava eu fazendo as contas da boca, é sempre assim o gerente da boca que tem aqui não faz nada.

Todo o trabalho quem faz é nois, os moleque. Mas tô só guardando tudo isso, não quero contar pra não dar B. O. Pra mim.

Lc: ia pow - fez toque comigo e sentou na cadeira - cadê o França?

Menor: sei não, sei não - passei a mão no rosto estressado

Lc: ele é arrombado mesmo, não faz porra nenhuma - concordei

Lc: vai pro baile hoje? - concordei

Menor: soube que vai lotar, vai vim um monte de cantor, DJ a porra toda

Lc: então - acendeu um cigarro

Rd, o pai da Larissa, brotou aqui do nada e nós tomou postura.

Rd: virou bagunça isso foi? - entrou de cara fechada e cruzou os braços

Lc: iae chefe - foi fazer toque com ele e ele ignorou - é né, vida que segue - fez cara de triste e saiu da sala

Rd: França tá morto - olhei pra ele na mesma hora - e tu fica no lugar dele, agora se eu souber de alguma coisa tua tu cai, visse? - apontou pra mim e eu assenti

Passei a mão no rosto.

Porra gerente da boca é uma responsabilidade e tanto.

Não é a principal que tira mais grana, mas contínua sendo responsabilidade.

Fiquei mas um pouco ali até bater minha hora pra laricar, pelo menos oque tava marcado pra hoje era pra eu sair agora.

Só não sei se o filha da puta do França tenha marcado errado, Deus ô tenha.

Amanhã eu acerto tudo, esses negócios de turno e os caralho a quatro.

Sai dali com minha mochila nas costas e fui cortando caminho pelos becos.

Moro sozinho desde dos doze.

Minha mãe? Aquela mulher só me fez parir mesmo, porque o tanto de maldade que ela fazia comigo.

Só tenho minha vó, mato e morro por ela. Ela tá morando em uma goma aqui perto.

Brotei no meu barraco, que não é grande, sala, cozinha, dois quartos e banheiro.

Ah eu e uns mano colocou laje aqui aí sempre que eu quero relaxar subo pra lá.

Mas só subo de noite, porque de dia não tem cristão que aguente.

Tomei um banho e troquei de roupa.

Fui pro barzinho da dona Rita, mãe da Ray, ela abre segunda à sábado.

Cheguei lá e graças a Deus não estava lotado.

Menor: iae dona rita - falei encostado num balcão.

Rita: oi meu filho, tudo bom?

Menor: tudo, me vê aquele almoço de quinze, bem caprichado

Rita: vou fazer perfeito pra você, senta lá que depois eu levo - assenti

Me sentei na mesa esperando a comida.

Passou uma ruivinha lá pro balcão.

Mordi os lábios, porra bota bonita nisso.

Ela saiu depois com uma sacola e só seguir ela com o olhar.