Capítulo um

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Depois de seis anos sendo usada por um outro mundo decidi que elas deveriam parar de interferir em minha vida. Sei que preciso vivê, e sem qualquer uma daquelas visões. Quando decidi quê já não estavam em minha vida, aquelas visões pararam de existir.

A alguns dias atrás elas simplesmente voltaram, sem permissão como da primeira vez arrancou o meu sossego. Eu era muito nova quando comecei ter visões com pessoas -do outro mundo- interferindo em minha vida, seja para conversar ou avisá que algo com seus familiares iria acontecer -e eu teria que ajudá de alguma maneira- ou para alertá algo que fosse acontecer. Nada que fosse avisa sobre um incêndio do outro lado da cidade ou um novo apelido de mal gosto que eu iria receber -como se elas colaborassem comigo-. No fim, eu apenas aceitei conviver com isso aos meus dez anos e seis anos foram o suficiente para eu me cansar.

Eu, Katherine uma garota não tão atraente como as outras e mesmo que eu não ache, considerada a nerd do 3° ano B da escola prof° Martins Fonseca, sou apenas e simplesmente alguém que infelizmente tem à má sorte de se comunicar mesmo que sem querer com pessoas além da vida.

Essas últimas visões são basicamente as mesmas, a mesma mulher jovem e bonita suplicando pela mesma coisa; que o seu namorado -que ainda está nesse mundo a qual eu pertenço- saiba sobre a sua suposta filha que foi levada para um abrigo após a jovem ter dado a luz em um cativeiro aonde mantinha sendo refém por seu padrasto que por algum motivo além de tudo a matou. Claro que é uma história comovente e no começo realmente me comoveu mas, não deveria mais uma vez atrapalha o destino, preferia que ele fizesse o que tivesse que ser feito. Porém, me senti mal após muitas ensistencia e acredito que se não fizer me sentirei pior ainda.

Digito para uma pesquisa o novo do garoto Edward  Simon  com a intenção que fazê o que deveria ser feito mas quando encontro aqueles olhos azuis e aqueles cabelos loiros que combinam perfeitamente com sua pele branca, minhas idéias se desviam.

  Procuro por uma imagem legal de uma garota bonita na Internet para por no meu perfil, para assim poder fala com o garoto. Pois, ele não trocaria palavras com uma garota como eu. Encontro a foto perfeita, a unica coisa que se parece comigo na fotografia é a cor alaranjada dos cabelos sedosos da jovem moça.

Mando o seguinte email após um perfil bonito e interessante.
De: Alicia Soares
Para: Edward Simon
Olá!  Adorei o seu perfil. Poderíamos conversar? tenho algo para você.

Deixei apenas o meu sobrenome para não ter o risco dele me achar depois em outra rede social. Ate porque,  eu so preciso dizê aonde supostamente está a criança e desaparecer de sua vida.

  ****

Após acabar o meu lanche vou em direção aos corredores da escola em direção a biblioteca para poder usar o computador e checa os meus email. Esbarro em alguém, ou, ela se choca contra mim. Levanto meu rosto e encontro com o mesmo de todos os dias, Lorenzo.

-Olha por onde anda água de salsicha! você deve precisar e óculos. -Seus amigos começam a rir, menos Adrian que olha para Lorenzo indignado -Imaginem, já é estranha,  de óculos ainda.. aqueles bem grandes e horríveis para combinar com você. -Conclui tirando mais risos de seus colegas e me deixando ainda mais humilhada e constrangida. Adrian, continua com o mesmo olhar indignado para o amigo. O único desse grupinho de quatro amigos e de toda a escola que não participa das gabacões.

Antes que eu pudesse abrir a boca para sussurrar um desculpe pelo o ocorrido os quatro partem rindo virando o corredor da escola, Adrian vai junto, e permaneço parada sozinha no corredor.

Sinto ódio e tudo o que podia sentir com tristeza e frustração. Me coloco em frente ao espelho do banheiro secando algumas lágrimas que escorreram, olho meu reflexo no espelho e não vejo nada do que me dizem todos os dias. Posso vê uma garota de pele branca amarelada, olhos verdes sem brilho e esquecido, um cabelo trançado de lado. Nada muito especial, e nada que não fosse especial se eu quisesse ser notada. Minhas roupas sempre largas e simples nada como das outras garotas que nem um pouco eu invejo. Nunca desejei ser o centro das atenções, como também nunca desejei ser a Katherine que sou.

Os mistérios de KatherineOnde histórias criam vida. Descubra agora