I. Piloto

247 15 12
                                        

3319 palavras

/ / / • / / /

     Tudo começou com o escuro. Uma noite de sono tranquila em que se podia ouvir as gotas de chuva caindo no telhado, com suaves trovoadas de tempos em tempos que completavam a linda melodia. Era uma sinfonia relaxante e calmante que faria uma garota de 14 anos cair no sono mais profundo.

   Luiza Magnnocle era um nome estranho, originado do gosto de sua mãe pelas flores magnólias, e assim muitos caçoavam da menina por seu nome completamente incomum, mas com passar dos anos a garota já havia se acostumado. Quando era criança, queria que seu nome fosse Bella, pois ela se achava a mais bela de todas, e ela realmente era linda, modéstia a parte.

   A adolescente tinha cabelos castanhos armados, mas arrumados em perfeição, suas mechas eram avermelhadas e brilhavam ainda mais quando espostas a luz do Sol. Seus olhos tinham a mesma cor, porém eram mais escuros e mais profundos, cheios de mistérios e segredos.

   Luiza tinha auto-estima baixa, e por mais que a elogiassem, ela sempre estava sorrindo para os outros, escondendo o ligeiro medo de que a rejeitassem. Ela não se sentia feia ou sem talento, mas constantemente sentia que todos ao seu redor se afastariam, como se ela fosse indesejável.

   Eram 22h e Luiza queria dormir logo, pois iria para o primeiro dia de aula do ano na manhã seguinte, mas para ela não fazia muita diferença, não estava feliz nem triste, nem animada nem deprimida, estava apenas tranquila naquela noite, e com sono. Seus olhos iam se fechando suavemente e seu corpo começava a relaxar. Por fim, ela sorriu, deixando que o cansaço tomasse conta de si.

~ ~ ~ • ~ ~ ~

"Luiza..."

~ ~

"Jacob?"

~ ~ ~ • ~ ~ ~

   Um som estranho a acordou, era um tanto familiar, parecia um agudo e forte apito. A garota abriu os olhos, com a visão embaçada por ter acabado de acordar, esfregou um pouco os mesmos com as mãos e quando retomou a consciência, se assustou. Luiza não estava mais em seu quarto, se via em uma cabine, uma cabine que já havia visto antes.

   Ficou confusa ao se ver naquele lugar. Como havia parado ali? Estava sonhando? Não se sentia em um sonho, mas se lembrava de ter dormido em sua casa, então estar sonhando parecia a explicação mais lógica. Olhou envolta na cabine em que estava e viu que os bancos eram azulados, haviam corpatimentos no teto para deixar bagagens e no chão estavam uma mala, uma mochila e uma gaiola.

   O som de um trem quase saindo da estação ficava cada vez mais intenso, atrapalhando seus pensamentos e fazendo seus ouvidos doerem com o barulho. Aquele apito ia deixá-la surda em algum momento, com certeza.

   Ainda confusa com seu sonho extremamente realista, Luiza se levanta e vai para a janela, lá ela olha para os dois lados e vê adultos aos pares acenando. Ela se assusta com uma mulher encantadora e um homem desconhecidos que começaram a gritar com ela repentinamente.

   — Tchau, filha! Por favor, preste atenção nas aulas — disse a mulher. Aquela era sua mãe? Não se parecia com sua mãe. Ou era uma maluca mesmo.

   — E não se envolva em nenhuma confusão! — o homem tentou gritar ainda mais alto que o barulho que o trem fazia.

   — Tente pensar na Lufa-Lufa quando chegar sua vez de ser selecionada.

Perdida: Hogwarts MysteryOnde histórias criam vida. Descubra agora