Capítulo Único

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   Era mais um final de tarde na pequena e isolada cidade de Amestris, Resembool

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   Era mais um final de tarde na pequena e isolada cidade de Amestris, Resembool. Apesar de afastada, a primavera já havia percorrido longas distâncias, colorindo a área rural com as mais diversas flores que seguiam pela grandiosa campina e confundia olhos nus além do horizonte. Crianças brincavam alegremente com suas famílias comemorando a chegada da nova estação, mantendo a tradição passada por várias gerações.

    Naquele mesmo local, porém um pouco mais distante de todos, Edward estava sentado em frente a duas lápides, assim como fazia quase todo dia em busca de paz. Ali, ao lado de seus pais, mesmo que simbolicamente, acabou virando seu local favorito para pensar um pouco sobre tudo que rondava pela sua cabeça. Imagens de seu passado como alquimista federal e toda a sua jornada com Alphonse para a conquista de seus corpos originais mesclavam-se com as ideias incertas sobre o seu futuro. Fazia um pouco mais de dois anos que tudo havia acabado. Lembra-se perfeitamente de como foi prazeroso caminhar pela antiga estrada de barro, apoiando seu irmão debilitado, e em passos curtos e demorados avistar a casa dos Rockbell. No entanto, uma inquietação anda tomando seus pensamentos. Inquietação essa, que algumas poucas semanas atrás, enquanto consertava uma parte do telhado da casa, descobriu ser a mesma de Al. Os irmãos Elric queriam viajar, estudar mais sobre a alquimia, e talvez até revelar mistérios sobre a Waidanshu e o seu fluxo de poder, o Pulso do Dragão, QI.

    Ed sai dos seus devaneios no momento exato em que o sol começa a se pôr, e se atenta a admirar aquele espetáculo lindo de cores flamejantes produzido pela chegada da noite. Agora mais velho e com o seu coração acalentado pelo sentimento de perdão dos pecados que cometeu, ele se sente relaxado e poderia até dizer, feliz. Aprendeu a valorizar cada mínimo momento naquela cidadezinha calma e tranquila, para que quando partisse novamente, soubesse que existe sim uma casa para voltar.

    Acompanhado dos últimos raios de luz do dia, ele contorna o terreno com algumas poucas lápides, passando pela antiga porteira de madeira, até chegar naquela mesma estrada lotada de nostalgia. Chutando pedrinhas e mais pedrinhas no caminho, avista de longe uma garota muito mais do que conhecida encostada na árvore do quintal de sua casa. Instintivamente, Edward apressa o passo, um pouco mais preocupado, mas solta um suspiro de alívio quando a vê adormecida com o livro que ele tinha dado de presente tempos atrás. Sabia que não tinha motivos para tamanha afobação, porém seu instinto protetor se tornou mais presente nesses dois anos. A falta da alquimia trazia essa insegurança. Apenas Al poderia proteger Winry e a Vovó caso uma das paranoias de Edward acontecesse, e ele morria de medo de perder o pouco de família que ainda tinha por consequência da vida que levou por cinco anos.

    Com calma para não acordá-la, Ed apoiou o livro na barriga dela, antes de a pegar no colo. Winry em seu sono pesado, não percebeu o que seu amigo de infância fazia, muito menos escutou a leve risada que ele dava da cara dela por simplesmente não entender como alguém conseguia dormir numa posição tão desconfortável. Edward caminhou pelo gramado com ela nos braços, dando de cara com a vovó Pinako assim que passou pela porta principal aberta. A velhinha o olha com uma cara de quem busca explicações, e ele cochicha: "Ela dormiu do lado de fora, de novo." Os dois riem da situação, mas ao contrário de Ed, Pinako continua a sorrir enquanto o vê subir as escadas com sua neta, extremamente contente sobre como as suas crianças se davam bem e tinham até se aproximado em função de um sentimento "oculto".

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