a música

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Os dois estavam ansiosos para continuar a conversa de antes, mas ao mesmo tempo que Louis sentia seu corpo formigando ao ver a figura perfeita de Harry enquanto ele caminhava a sua frente, não conseguia não ser tomado por um certo orgulho de finalmente estar mostrando aquele lugar para ele.

-Venho bastante aqui para escrever – Louis apontou para um violão no canto de uma parede lotada de vinhos juntos de um grande e velho piano branco - reconhece?

Harry viu o violão que tinha presenteado Louis tantos anos atrás.

-Não acredito que você ainda tem isso – riu Harry.

-Vêm, vamos tomar alguma coisa – Louis foi até a parede com um olhar confuso, desconversando, Harry o seguiu, colocando a mão nos seus ombros, apertando seus corpos, provocando arrepios - acredita que mesmo tendo esse lugar a anos, nunca parei pra estudar nada sobre vinhos? eu só venho aqui e aleatoriamente pego um – narrou o mais velho tirando uma garrafa em uma das últimas prateleiras, roçando na ereção obvia de Harry.

- Humm, que? – perguntou Harry completamente desnorteado pela ação provocante de Louis, o homem riu.

-Meu deus Harry, o que tem de errado com você? – riu Louis, fingindo que não sabia exatamente o que estava provocando nele.

- Estou ÓTIMO – falou Harry ajeitando o membro dentro da calça que começava a ficar apertada, os olhos de Louis vagaram onde as mãos do mais novo foi, e não saíram mais.

- Você já disse isso.

-Disse?

-Sim, quando quase caiu porque eu estava prestes a botar minha mão no seu pescoço - Harry engoliu seco, estava começando a ficar difícil aguentar aquelas palavras, Louis subiu seu olhar, finalmente, e caminhou até o armário onde havia algumas taças, abrindo o vinho, servindo e voltando seu olhar para Harry – vem aqui – mandou, Harry cambaleou até Louis, que o segurou levemente – consegue segurar a taça?

Louis estava se divertindo com o comportamento de Harry, ele não podia acreditar que o homem ainda era tão movido por suas palavras e ações, mas ao mesmo tempo, não queria exagerar, se preocupava com ele, não queria que ele acabasse com um corte na mão porque não prestou atenção. Harry não respondeu.

-Feche os olhos – instruiu Louis, depois de tomar um gole do conteúdo da taça, Harry obedeceu – alguns segundos se passaram, Harry sentiu seus ouvidos estalando de nervosismo, era sua música, bom, a música deles.

-Desliga – pediu Harry, abrindo os olhos, envergonhado.

-Eu preciso saber.

As primeiras palavras de Two Ghosts ecoavam pela vinícola, vindas de um rádio velho.

-O que você quer que eu diga? – disse Harry, recuperando completamente toda sua consciência, ignorando as taças cheias de vinho.

-Você não precisa dizer nada – Louis disse, abaixando o som do rádio e apontando para o piano – cante.

Os olhos de Louis estavam cheios de esperança, Harry podia ver que o mais velho estava esperando aquilo por um bom tempo, e mesmo que estivesse um tanto envergonhado, tinha que admitir que ele também. O mais novo caminhou até o piano, pondo os dedos sobre as teclas, respirando fundo, Louis nem se mexia.

- Same lips red, same eyes blue, same white shirt, couple more tattoos, but it's not you and it's not me - cantarolou Harry, tentando segurar a emoção.

Louis escutou cada palavra com atenção, mantendo o contato visual, e sem perceber, removeu o grande suéter de lã clara que usava, caminhando para mais perto de Harry, que tentava continuar cantando, já sentindo seus olhos marejando. Após alguns segundos, o mais velho, que vestia uma camisa de botões, a abria enquanto observava os dedos de Harry dançando pelo piano. Quando a camisa caiu no chão, Harry parou de cantar.

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