Uma estudante de medicina precisa de uma pessoa para dividir a mensalidade do apartamento recém alugado. Por causa da pressa, ela não tem muitos critérios de escolha, então um coreano fazendo intercâmbio parece uma boa alternativa.
Obs: neste univer...
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Depois que terminamos de comer sentamos numa pracinha para esperar as aulas da tarde começarem. Vimos alguns calouros perdidos que nem a gente e isso deu um certo alívio, não estávamos sozinhos. Descobri que Thomas também era daqui, igual a Sarah, morava sozinho pois a família se mudou para o interior á negócios. Ambos eram mais novos do que eu, tinham 18 anos, a burra aqui demorou 3 anos a mais do que uma pessoa normal levaria para passar no vestibular. Apesar de já ter 21, ainda pediam a minha identidade nos lugares, até no cinema quando a classificação era 16 fucking anos. Isso porque eu só tinha 1,60m, usava óculos e era magra o bastante para me passar por um menor de idade.
Enquanto eu divagava sobre minha "vida sofrida", meus novos colegas me chamaram para procurar o local da aula que se iniciaria daqui 15 minutos. Para a nossa sorte só foi preciso seguir um amontoado de alunos que reconhecemos ser os mesmos da nossa aula anterior, um heterotop com camisa de time de futebol, e um cara de tênis neon demais para ter contato com luz solar. Seguimos para um corredor e entramos em uma sala que se parecia mais um auditório, igual aquelas salas americanas onde o professor fica lá em baixo e a gente se acomoda nas filas de cadeiras que vão ficando mais altas. Ficamos relativamente na frente, apesar de terem duas filas antes da gente.
Alguns minutinhos de uma conversa sobre já estar frio mesmo antes de começar o inverno, a professora entra na sala. Uma senhorinha de cara simpática ajeita sua pequena maleta na mesa que lhe foi reservada enquanto esperava alguns outros alunos se sentarem.
—Olá crianças, eu me chamo Eunice, serei a professora de Histologia de vocês.—a senhora fofinha falou, e eu me derreti toda.
Além de eu ter gostado dela, ela começou a aula bem desenrolada, mesmo com aquela calmaria que ela exalava. Outro ponto positivo era que era uma mulher, e quanto mais professoras mulheres eu tivesse, menos gatilhos eu teria.
No meio da aula—muito boa diga-se de passagem—a professora foi chamada por alguém na porta. Aproveitei pra olhar meus colegas, Thomas a minha esquerda estava lutando pra enxergar o quadro para fazer anotações, e Sarah a minha direita estava quase dormindo, só acordou com o som da porta fechando atrás da professora.
—A aula já acabou?—olhou assustada procurando Eunice.
—Não, chamaram a professora lá fora.—ri quando vi que o canto de sua boca tinha baba.
Não demorou muito e Eunice entrou na sala, com uma expressão estranha, eu podia jurar que ela estava segurando um riso.
—Meus amores, eu vou ter que encerrar minha aula aqui, me lembrem onde eu parei na próxima aula.
Achei estranho a saída repentina da professora, e vi algumas pessoas do fundão arrumando as coisas para irem embora, quando Eunice os interrompeu.
—Vocês não estão liberados ainda, vão falar com vocês sobre a semana dos calouros, boa tarde gente, até quinta!
E saiu, nos deixando sem entender muita coisa. Lembrei do primeiro professor falando sobre essa tal semana do calouro bem na hora que entraram umas 20 pessoas na sala. Eu e meus colegas levamos um susto quando esse povo começou a caminhar e falar alto, animados, um deles indo em direção a mesa que Eunice ocupara a pouco tempo, alguns permaneceram lá em baixo com ele, enquanto mais da metade subia para se sentar conosco. Depois do baque inicial, comecei a guardar meu material para sair assim que aquela "reunião" terminasse.
