Capítulo 4

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- Até parece. - Madi gargalhou. - Aquele garoto é lindo demais.

- Pois é! Todas as pessas perfeitinhas demais tem algo podre. Talvez seja seus dentes. - Vani falou dando de ombros novamente. - Eu não ligaria.

- Gosta dele? - Perguntei para Vani que instantaneamente negou se encostando na cadeira.

- Não. Chase pode ser um anjo na terra, mas não faz o meu tipo. - Ela comeu uma das coisas que estava em sua bandeja.

Elas conversaram mais um pouco, mas eu não prestei atenção. Estava me lembrando da mensagem que minha irmã havia me mandado.

Char, o Mark ta te tra...

Eu imaginava o que ela teria dito. Mas eu não queria acreditar naquilo. Não podia ser. Eu e Mark estamos juntos desde o 6º ano e eu realmente não sei como minha vida seria sem ele.

Ta, eu ficaria bem, mas é que estamos juntos a tanto tempo, ele sempre esteve comigo e nós éramos inseparáveis.

Tá certo que eu o via mais como um melhor amigo do que como namorado, mas eu gosto dele, e pensar na possibilidade dele estar me traindo me machuca profundamente.

Comecei a pensar em todas as possibilidades para o que ela pudesse ter dito para mim na mensagem:

Char, o Mark te te tratando bem?

Char, o Mark te te trazendo algo.

Char, o Mark te te transmitindo doeça.

Tá, eu viajei um pouco. Mas qualquer alternativa que não envolvesse traição, para mim estaria ótimo.

- Char? O que está esperando? - Fui tirada de meus pensamentos quando Madi me chamou. Olhei e as vi em pé. O sinal já havia tocado e o pessoal já estava se levantando.

Olhei para a mesa a minha frente vendo que eu mal havia comido a maçã.

- Vamos meninas! - Vani me chamou e eu rapidamente me levantei pegando a maçã.

Antes de sair do refeitório eu joguei a maçã no lixo e as segui.

- Aonde estamos indo? - Cheguei à conclusão de que ou todos eles andam muito rápido, ou todos eles estão sempre apressados, ou sou eu que sou muito lerda. Porque eu estava tendo que correr para alcança-las.

- Pro quarto escovar os dentes e pegar nosso material para a primeira aula do dia. - Madi respondeu e Vani se separou da gente. Seu quarto era em outro corredor. - Você já pegou seus horários?

- Não, eu não peguei nada ainda. - Madi me olhou de olhos arregalados.

- Então vai buscar garota! Se não você vai se atrasar para sua primeira aula. - Ela falou eufórica. - Olha, você vai na sala da diretora, diz que quer seus horários. Ai você vê qual vão ser suas aulas e em que turma você ficou. Ai é só pegar o material, que já está na cômoda, e vai para sua sala. Simples. - Ela sorriu. - Eu iria com você, mas minha primeira aula do dia é matemática e eu não posso me atrasar. Meu professor é um saco. - Ela revirou os olhos. - Espero que fiquemos da mesma turma. - Ela abriu um sorriso logo em seguida e foi correndo para nosso quarto.

Ok. É só ir pedir o horário para a diretora. Eu não preciso nem entrar lá dentro.

Caminhei um pouco rápido até a porta da diretoria e bati nela umas vezes.

- Entre! - A voz da diretora soou de dentro da sala e eu abri a porta.

Ok, apenas ela estava ali dentro.

- Diretora? - Entrei na sala vendo que ela estava mechendo em uns papeis, mas os deixou de lado para falar comigo.

- Ah, oi Charli. - Ela sorriu. - Olha, eu não posso devolver o seu celular.

- O quê? - Perguntei confusa.

- Não foi para isso que você veio aqui? - Ela pacientemente cruzou as maos em cima da mesa.

- Não. - Neguei com a cabeça e ela em olhou totalmente surpresa. Por mais que fosse minha vontade, não foi para isso que eu vim.

- Nossa, estou surpresa. Você é, definitivamente, a primeira aluna que não veio reclamar comigo quando ficou sem celular. - Ela sorriu.

- Ah... ta.

- Então, em que posso te ajudar, Charli?

- Eu queria os meus horários. - A mesma assentiu e pegou uma folha dentro de sua gaveta.

A diretora me explicou que eu não poderia chegar atrasada, esquecer o material necessário, usar outra roupa a não ser o meu uniforme, e um bando de regras que eu não dei a mínima. Aquilo parecia mais uma prisão.

Sai da sala da diretora vendo que minha primeira aula daquele dia já havia começado e que era de matemática. Só faltava ser a mesma turma e o mesmo professor chato que a Madi mencionou.

Eu fui até meu quarto vendo que haviam vários livros e apostilas na minha cômoda, mas não achei nenhum de matemática. Dei de ombros.

Talvez o professor de matemática não use livros.

Eu estava terrivelmente enganada.

Assim que encontrei a minha sala, entrei sem bater e assim que fiz isso, a porta bateu atrás de mim. Coisa que fez geral se virar pra trás e me olhar.

O homem que estava a frente da classe olhou diretamente para mim e logo depois olhou seu relógio de pulso.

Você é a Charli, não é? - O preofessor perguntou.

- Si-sim. - Gaguejei.

- Meu nome é Rick. Sou seu professor de matemática. - Assenti. - Proocure um lugar para se senter e evite chegar atrasada da próxima vez.

Senti vontade de gritar com ele dizendo que a culpa não tinha sido minha e que nem queria estar ali. Mas me contive e olhei pela mesa procurando por algum rosto conhecido.

Acabei encontrando dois: Madi e, infelizmente, Darianka.

Madi sorriu para mim e apontou para uma cadeira vazia ao lado dela. Darianka, por outro lado, apenas cuchichou algo com outras meninas e riu.

Eu me sentei na mesa ao lado de Madi e só ai notei que todos estavam com o mesmo livro em cima da mesa. Um livro preto e branco escreto matemática.

- Ei? - Sussurei para Madi que me olhou. - Que livro é esse?

- O livro de matemática, ué. - Ela riu pois minha pergunta havia sido muito óbvia. - Por que? Onde está o seu? - Ela olhou para minha mesa vazia.

- Eu não enccontrei nenhum livro de matemática lá. - Sussurei um bocado alto demais, isso chamou a atenção de professore.

- Desculpe se minha aula está atrapalhando a conversa de vocês. - O professor falou num tom irónico que fez a turma rir. - O que ta havendo?

Madi me olhou em sinal de que eu deveria contar, então me pus de pé fazendo todos olharem para mim.

- Eu não tenho livro da sua matéria. - Assim que falei, Darianka e as amigas começaram a rir com a mão na boca para não chamar a atenção.

- Como assim " Não tem " ? Todos os livros são postos nos quartos dos alunos. - O professor apoiou suas mãos na primeira mesa de uma fileira. Era nítido que ele estava impaciente.

- Eu sei. Mas eu procurei e não encontrei. - Tentei me justificar.

- Vai ver você precisa de óculos. - Um garoto que fazia parte da turma falou ao fundo fazendo a turma rir.

- E você precisa de maturidade, porque pra alguém que está no terceiro ano, esse tipo de piada é bem infatil. - Falei ollhando diretamente para o garoto que moreno de olhos verdes.

Os amigos dele riram do mesmo e lhe deram tapas nas costas.

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Continua...

• 𝙉𝙊 𝘾𝙊𝙇𝙀𝙂𝙄𝙊 𝙄𝙉𝙏𝙀𝙍𝙉𝙊, ᴄʜᴀᴄʜᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora