Capítulo 66

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Eram mais ou menos meio dia quando Chase chegou a minha casa. Quem o recebeu na minha porta não fui eu, foi meu pai.

Eu pretendia atender, mas quando cheguei na sala, meu pai já estava lá.

Assim que ele abriu a porta, eu pude ver Chase vestindo uma calça jeans preta, uma blusa branca com um desenho pequeno de uma rosa vermelha ao canto e tênis. O mesmo olhou pro meu pai um pouco surpreso, mas logo abriu um sorriso sem mostrar os dentes.

- Olá senhor! Chase. - Chase estendeu sua mão para o meu pai que apertou depois de analisar um pouco o mesmo.

- Oi Chase. - Meu pai assentiu. - Sou o pai da Charli.

- Satisfação. - Chase sorriu.

- Pode entrar. - Meu pai deu passagem, Chase limpou seus pés no tapete e eu me aproximei.

Eu olhei pro meu pai e o mesmo fez mais ou menos com as mãos. Esse era o jeito dele de dizer que o Chase não era tão bonito.

Meu pai sempre me dizia desde pequena que eu era uma princesa e que garoto nenhum seria bonito o suficiente pra mim.

Eu acabei rindo daquilo e meu pai se afastou de nós indo até o sofá e se sentando.

- Preciso tirar o tênis? - Chase perguntou num tom baixo.

- Não. - Sorri. - Minha mãe ainda não terminou o almoço, parece que ela está cozinhando pra 30 pessoas. - Ele riu e entrou, logo em seguida eu fechei a porta.

- Senta ai Chase, quero conversar com você. - Meu pai encarou Chase e o mesmo olhou pra mim.

- Relaxa. - Falei rindo. Eu sabia que meu pai estava apenas bancando o durão, ele não fazia o tipo mais severo. Logo estaria conversando com Chase sobre futebol ou Free Fire, sim, meu pai adora Free Fire. No fundo ele queria que eu jogasse com ele, mas como não gosto, ele joga com a Dixie, que também não gosta muito, mas como é a que mais ta em casa, sobra pra ela.

- Charli, querida? Pode vir aqui um instante? - Minha mãe me chamou na cozinha.

- Já volto. - Falei olhando para Chase que assentiu com um sorriso.

Eu fui até a cozinha onde minha mãe havia preparado uma mesa farta. Eu realmente achava um baita exagero, mas quem sou eu pra questionar minha mãe. Posso ter dezoito anos, mas o chinelo ainda voa.

Eu ajudei ela com o que a mesma precisava e logo vi Dixie pela janela. A mesma estava na calçada ao lado de Noah.

Ambos conversavam e sorriam.

Ela pareceu se despedir, Noah com um gesto muito fofo colocou uma flor atrás da orelha dela, lhe deu um beijo na bochecha e saiu andando em seu skate.
Dixie sorriu feito boba e olhou para casa me vendo na janela.

Eu comecei a fazer vários corações com as mãos pra ela e a mesma riu de mim.

- Daqui uns dias a senhora vai ter que fazer outro almoço desse pro Noah Messias. - Olhei pra minha mãe com um sorriso e ela me olhou confusa. - Não to falando de Jesus Cristo, mãe. To falando do crush da Dixie. - Voltei a olhar com os braços cruzados pra mesma que permanecia no mesmo lugar e minha mãe se aproximou de mim.

- Aquele indo de skate? - Ela perguntou apontando para o garoto.

- Uhum. - Assenti.

- A Dixie estava com ele? - Ela me encarou.

- Não briga com ela, mãe. Eu que dei um jeito pra ela ir, ela não queria. - A encarei e minha mãe negou com um sorriso desconfiado.

- Sua irmã é muito nova pra estar pensando em namorado, Charli. - Eu acabei rindo quando ela disse aquilo e me sentei na mesa.

- A Dixie tem 17 anos, mãe! Com 17 eu já namorava o Mark. - A encarei.

- E não foi uma boa ideia. - Ela me olhou.

- É, mas a culpa não era da minha idade, e sim minha por ter escolhido um cabeça de vento! Você sabe bem que a Dixie já é bem madura. - Minha mãe me encarou. - Mãe, o que te incomoda não é o fato dela ter 17, e sim dela ser a caçula. Suas filhas estão crescendo. - Sorri e a mesma sorriu olhando para seus pés.

- Eu sei disso. O tempo passa tão rápido. - Ela riu.

- Não se preocupe, mãe. - Fui até a mesma e lhe abracei. - Eu e a Dixie sempre vamos estar aqui por você e pelo papai. Não é porque crescemos que vamos mudar.

- Eu sei. - Ela sorriu. - Acho que você tem razão. A Dixie não é mais uma criança.

- Não mesmo. - Voltei a mesa e ouvi o barulho da porta da sala se abrir, não demorou muito para Dixie aparecer na cozinha e vir direto na minha direção.

- Char, aquele é o Chase?? - Ela perguntou me encarando. - Caraca... ele é muito lindo! - Ela falou me fazendo rir. - Você disse que ele era bonito, mas não achei que fosse tanto.

- Eu sei. - Ri da mesma. - Já viu o sorriso dele? Eu me derreto toda. - Falei rindo e ela riu também.

- Ele o papai estão super de boas conversando sobre Free Fire. - Ela se apoiou na mesa.

- Eu sabia, cara! - Ri. - Não duvido nada que o papai vai fazer ele jogar com ele.

- Dê um desconto ao pai de vocês, meninas. Na nossa época não tinha esse tipo de coisa. - Minha mãe falou rindo.

- Ah é. A mamãe e o papai iam pra escola e não existia nem mochila. Iam com saco de arroz com os cadernos dentro. - Dixie falou debochada.

- E tinham que atravessar a mata atlântica e o Rio amazonas pra chegar na escola. - Completei e minha mãe nos deu um tapa no braço de leve nos fazendo rir.

Era óbvio que estávamos apenas zuando a minha mãe.

- Pois não mudem de assunto, quero saber mais sobre o tal Noah Messias. - Minha mãe olhou para Dixie que encolheu os ombros na hora.

- Posso te emprestar minha bíblia. - Dixie respondeu me fazendo gargalhar.

- Menina menina... - Minha mãe se aproximou de Dixie e a mesma correu para o outro lado da mesa.

- To brincando mãe! - Dixie falou rindo.

Naquele momento meu pai e Chase apareceram na cozinha e nos encararam confusos.

Dixie estava fugindo da minha mãe que estava com uma colher de pau na mão e eu estava gargalhando. Um ótimo jeito do Chase ver como minha família é perfeitamente normal e equilibrada.

- Já estou vendo os milhares de trocadilhos que vamos ter quando o Noah vir almoçar aqui. - Falei rindo.

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Continua...

• 𝙉𝙊 𝘾𝙊𝙇𝙀𝙂𝙄𝙊 𝙄𝙉𝙏𝙀𝙍𝙉𝙊, ᴄʜᴀᴄʜᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora