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Selene caminhava, não lembrava aonde ia, nem o que fazia, só sabia que ao atravessar a rua viu um imenso clarão, que aumentava gradativamente. Quando notou, não sabia onde estava. De repente o branco se tornou preto e a garota percebeu que na verdade estava sonhando. "foi muito real" pensava a garota ao acordar atordoada, porém interrompendo seus pensamentos percebeu que havia algo errado. Selene estava em um lugar onde jamais estivera antes. Lá havia árvores extraordinariamente grandes, com 10 metros de altura, ou pelo menos era o que ela achava. Selene olhou através da floresta e viu que na verdade a arvore que vira não fora plantada a muito tempo, pois as outras árvores ao lado daquela pareciam ter no mínimo 50 metros de altura. A garota ainda atordoada olhou em volta, nenhuma estrada, não havia luz, não havia clarão. somente diversas árvores e no céu uma lua que irradiava além das árvores. 

O lugar estava frio, havia neve em todo o chão, exceto em um local mais distante onde se encontrava uma cerca com uma enorme chaminé num lugar próximo. Selene vestia uma longa capa com capuz vermelho e um vestido preto que chegava até o joelho, um coturno preto e uma meia calça branca, quase transparente. Seus cabelos metade negro e metade brancos, seus óculos redondos estavam sujos de neve, sentiu as sardas em suas bochechas congelarem em meio a tanto frio, ainda deitada no chão diante de toda aquela neve branca e macia. Analisando o local, as árvores começaram a se abrir. Selene se levantou para ver melhor o que era, e então viu algo grande, muito grande, apenas um pouco menor que as grandes árvores da floresta, era um gigante com aparência estranha, como se tivesse algas marinhas grudadas em seu corpo. ele abriu as árvores curiosamente e a encarava, então, a garota se virou e começou a correr desesperadamente para fora daquela floresta o mais rápido possível. Agora o gigante estava furioso, Selene nunca vira algo tão grande como ele. Parecia algo como um trol, porém maior. Após correr por um tempo a menina se escondeu em uma arvore. "Acho que o despistei, isso é um sonho, eu vou acordar" pensou na hora, atordoada com o monstro logo atrás, procurando entre as árvores, abrindo-as como fizera antes. Ela correu o mais rápido que pode, o gigante com feições de trol corria em sua direção, entretanto o seu folego já não estava bom, ofegante, tropeçou numa raiz de árvore e caiu na neve. A garota gritou o mais alto que conseguiu:

 -Isso deve ser um pesadelo-gemeu a garota. -Isso não pode ser real. Selene se beliscou três vezes, porém não conseguia acordar, se levantou e começou a correr de costas, porém escorregou em sua longa capa e caiu. Ao cair percebeu que havia alguém atrás dela. Havia uma pessoa com feições estranhas, era um elfo de orelhas pontudas, magro e com a pele negra, os olhos azuis brilhantes olhavam diretamente para o monstro gigantesco. A garota olhou diretamente para ele, logo após para o gigante, e com todo aquele medo e adrenalina em seu corpo sem saber o que aconteceria em sua vida, desmaiou.
    Selene acordou em um lugar do qual nunca havia visto antes, era escuro, exceto pela luz na lareira diante à garota e outra luz atrás do sofá no qual a garota estava deitada. Selene, a garota de cabelos metade escuros, metade brancos, com sardas no rosto branco como neve e seus olhos, de um lado negro, como nuvens em um dia de chuva, e outro azul, como o mar em um dia ensolarado, sentiu seu estomago se revirar, algo não estava bem, ela sabia que não. Havia aproximadamente cinco pessoas em uma mesa atrás do sofá no qual Selene estava deitada. A menina analisou o local com dificuldade por conta da falta de luz, não havia muita coisa na sala, apenas uma mesa de centro feita de madeira e vidro e uma lareira, que aparentemente era uma das únicas fontes de luz no local. Selene ficou quieta sem se mexer. As vozes um pouco distorcidas por conta do sono que a inundava por dentro, ou talvez fraca demais para não conseguir se quer se mexer ou ouvir com clareza o que diziam.

-Talvez ela fique assustada quando souber...- disse uma voz feminina, parecendo um tanto insegura. -Mas ela precisa saber a verdade, não pode ficar escondida para sempre.

-Concordo, ela pode ficar abalada, o mundo onde ela viveu é completamente diferente.- disse uma voz, agora masculina. Todos se calaram ao ouvir o sofá se mexendo, Selene se levantou as pressas e começou a falar:

A origem do eclipseOnde histórias criam vida. Descubra agora