KATRINA
Henric se aproximou de mim lentamente, como se ele fosse um lobo pronto para o ataque, e eu a ovelha indefesa.
Me afastei alguns centímetros, já sentia meu coração bater depressa, minha respiração estava denunciado o medo que ele me causava, e ele parecia gostar disso, pois sorriu sarcasticamente e um pulo ele já estava segundo meus ombros.
-Tem medo de mim? -Ele perguntou friamente.
-N-não. -Merda! Eu havia me entregado ainda mais.
-Eu não machucaria esse rostinho... -Ele tocou meu rosto e eu fechei os olhos. Era como se o Pietro estivesse em minha frente, os dois tinha a mesma falta de humanidade. -Pelo menos não agora... -Ele sé aproximou ainda mais, sentia sua respiração quente próximo ao meu rosto, assim como sua barba pairava em minha pele me causando arrepios involuntários. -Você já aprendeu uma coisa sobre mim, Katrina... Por isso gosto de você. Você é inteligente, capita as coisas na hora. Eu gosto de ser temido!
Ele tocou o meu pescoço, parecendo que ia fazer uma carícia, mas não foi assim, ao invés disso ele apertou e me prensou contra a parede lisa atrás de mim, arregalei os olhos e encontrei a frieza de seu olhar verde sobre mim.
-Pa-para... -Pedi, colocando a minha mão sobre a dele.
Ele continuou me apertando por mais uns 15 segundos, e assim que me soltou, respirei aliviada e coloquei a mão onde ele havia apertado.
-Eu só queria que você entendesse como as coisas funcionam aqui.
Ele deu a volta e sentou-se em uma cadeira grande, de couro na cor preta, era seu trono...
Ele se sentia o grande rei...
Coitado!
-Mas pelo visto você já entendeu, não é? -Assenti e ele sorriu. -Muito bem, Katrina. -Ele abriu a gaveta de sua mesa e mexeu, parecendo procurar por algo. O que seria? Meus olhos curiosos o fitavam. -Aqui! -Ele falou friamente, depois puxou uma câmera, daquelas pretas profissionais.
Ergui a sobrancelha e o encarei desconfiada.
-Tenho que ter algumas fotos para te apresentar ao mundo, não é?! -Ele levantou e circulou a mesa, sentando sobre ela enquanto ajeitava os últimos detalhes da máquina. -Tira a blusa e a calça. -Permaneci imóvel. -Eu não vou repetir! -Ele falou com a calma de um psicopata.
Ergui minha blusa, a retirando e deixando cautelosamente sobre o chão, repeti o processo com calça.
-Pronto... -Falei com os braços em frente ao meu corpo.
-Muito bem! -Ele sorriu. -Só vou tirar uma ou duas fotos. -Ele falou sem muito entusiasmo. -Se ajeita aí.
-Como? -Perguntei receosa.
-Sei lá. -Ele coçou a nuca. -Tenta sorrir, fica mais solta... Eu não sei! Só desfaz essa cara de velório.
-Tudo bem. -Murmurei. -Só um minuto. -Pedi.
Fechei os olhos e tentei ignorar o fato de estar semi-nua na frente de um estranho, me foquei na ideia que seria assim daqui pra frente, ou eu me acostumava e lutava com isso ao meu favor, ou eu desistia e voltava pra vida desgraçada de abusos exagerados e nenhum retorno.
Essa sou eu agora!
Eu tinha que aceitar.
-Pronto. -Respirei fundo e abri os olhos, exibindo um dos meus melhores sorrisos, digno de cinema.
-Isso aí. -Henri pareceu satisfeito e tirou como prometido duas fotos, uma de perfil e outra do corpo.
-Posso me vestir? -Perguntei.
-Pode. -Ele falou sem me olhar.
Abaixei-me para recolher minhas roupas, e vi dois pés entrando no meu campo de visão, ergui o olhar e vi que ele me encarava fixamente, quase não piscava. -Levanta! -Obedeci e o encarei.
-O que foi? -Perguntei.
Ele sorriu de canto, se aproximou ainda mais, segundo meu queixo fazendo com que eu levantasse o rosto e o encarasse perfeitamente.
-Bem-vinda, Eva! -Ele piscou e saiu da sala, me deixando sozinha.
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EVA
RomanceA vida de Katrina nunca foi um mar de rosas. Desde muito nova sofreu com perdas irreparáveis, perdas tão grandes que sua vida deu uma enorme guinada, e infelizmente em sentindo negativo. Sofria abusos constantes em sua própria casa, e pra piorar não...