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KATRINA

Quando um garçom passou segurando uma bandeja com taças de champanhe, Eduardo ergueu o braço para poder pegar, e só então vi uma aliança de prata em seu dedo anelar, olhei pra ele imediatamente de forma com sutil, ele não deve ter reparado...

Safado! Deixou a mulher em casa e resolveu passar a noite com desconhecidas que ofereciam o corpo em troca de dinheiro, mas o que eu poderia dizer? No que eu poderia julgar? Eu era tão suja quanto ele.

Ele era muito cortes, pelo menos em publico, sorria gentilmente para mim e não desgrudava um segundo do meu corpo, como se a qualquer momento eu fosse correr.

Quando anunciaram que o jantar ia ser servido, caminhamos até outro salão e sentamos em uma das inúmeras mesas que ali existiam, Eduardo puxou a cadeira para que eu me sentasse, sorri em agradecimento e ajeitei meu vestido, sentando em uma postura ereta, ele sentou-se do meu lado e pousou a mão em minha coxa.

Era de se esperar, estava até demorando pra ele começar a me tratar pelo o que eu realmente era.

Sentou outros dois casais em nossa mesa, ambos eram jovens, um homem se apresentou como Matheus e outro como Thiego, eles começaram a interagir entre eles e deixando as mulheres de fora, como se fossemos as Barbie’s humanas deles, pagas somente para causar luxuria entre todos.

Vi um cartão no centro da mesa: “Eduardo Khaes (Filial da Alemanha)”. Obvio, loiro desse jeito e com esse sotaque só poderia ser alemão.

Durante o discurso de um cara que parecia ser o anfitrião da festa, reparei os olhares pra lá de exagerados vindos do tal Matheus, eu tentava não retribuir, pois meu “dono”, poderia não gostar dessa atitude, estava sendo paga para ser somente dele por essa noite, e ele não ficaria feliz em me ver flertando com outro cara.

Mas as vezes meu olhar se encontrava com o dele, quando isso acontecia ele dava um sorriso torto, mas seus olhos claros não tinham malicia, ou se tinha, eu não conseguia enxergar...

Ele era loiro, tinha um porte físico pra lá de satisfatório, era quase um Deus grego.

-Vamos então, Eva? –Eduardo perguntou me tirando do transe.

-Ah, claro... –Sorri tentando disfarçar.

Sorri e acenei para os outros convidados da mesa, especialmente para o dono da minha atenção nos últimos minutos.

Ele segurou minha mão, guiando-me até lá fora, entregou a chave para uns dos diversos manobristas que ali existiam.

-Você gostou? –Ele perguntou enquanto esperávamos ao lado da pequena recepção que tinha na entrada do evento.

-Sim. –Sorri. –Bastante. –Ele assentiu sorrindo. Até o momento parecia ser apenas um encontro, ele estava sendo gentil comigo.

Quando seu carro chegou, ele voltou a segurar a minha cintura, indo em direção ao carro e abrindo a porta do mesmo pra mim, eu só sabia sorrir e murmurar "obrigada" a cada pequeno gesto gentil que ele fazia.

Assim que ele adentrou no carro e deu partida, senti minhas mãos soarem...

Estava a caminho provavelmente de algum motel ou coisa assim com certeza, estávamos a caminho do meu verdadeiro propósito para essa noite. Não conversamos mais durante esse trajeto, eu não sabia pra onde ele estava me levando, eu só conseguia olhar para fora e tentar imaginar como seria essa noite.

Sai desse meu devaneio quando ele estacionou o carro em um hotel pra lá de grande, ele girou o sinto e eu esperei o mesmo abrir a porta, e assim foi feito, ele abriu a porta pra mim como um verdadeiro cavalheiro.

Adentramos naquele hotel pra lá de luxuoso, eu olhava em volta deslumbrada com tamanha elegância nos detalhes, sorria para os funcionários que nos desejavam boa noite.

A caminho do elevador, já sentia uma certa tensão entre nos dois, será que ele esperava que eu tomasse a atitude?

Eu não estava pronta pra isso... Ou estava?

Quando embargamos no elevador, e ele apertou o botão correspondente ao seu andar, e as portas se fecharam, eu respirei fundo e fechei os olhos, tentando criar uma coragem excessiva, algo que me fizesse ter uma grande atitude, e foi o que eu fiz, abri os olhos e tentei soltar a “fera” que dizem existir em cada mulher, afinal, esse era meu trabalho, dar-lhe prazer.

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