O lunari e o Settin

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   Sendo cuidado por uma bela mulher, de cabelos escorridos e negros como o gato repousante na única janela da sala abafada, Aphelios era encarado pelo Chefe e seu par de olhos analíticos que não desviavam um segundo sequer dos orbes rescaldos do assassino.

   Um baque abafado se fez presente quando levantou-se de supetão, virando o pequeno banco de madeira e assustando a moça, que apenas recolheu tudo que usou e saiu apressada ao perceber o clima pesado entre eles. No mesmo instante a lua brilhou mais forte, o gato miou alto escapulindo pela abertura entre o vidro e a profetiza se fez presente.

   Os olhos de Aphelios tornaram-se afiados como duas lâminas, mesmo mantendo a ira, e Alune passou a sussurrar em seu ouvido tentando acalmá-lo. Ele deu mais dois passos a frente sem medo enquanto o meio-vastayes permanecia imóvel, desafiando-o com os olhos.

   — "Você se parece com um settin.", os lábios mudos proferiram com raiva e a profetiza lhe dava voz mesmo que a idéia de uma briga não fosse de seu agrado.

   — Settin? Que estranho. O que é isso? Um nome?— Fez uma careta, pondo a língua para fora da boca por breves segundos, mas o sorriso logo voltou a face.— Que tal... Sett? Sett?— Repetiu testando como soava.— Sim, Sett será meu novo nome— Não desviou os olhos quando foi agarrado pelo colarinho da roupa, acabando por se perder no iceberg que Aphelios conseguiu se transformar em segundos.

   Havia feito-o tirar vidas apenas para que sobrevivesse enquanto seu próprio bolso pesava por causa da habilidade nata que o estrangeiro possui. Não viu ou revidou quando um belo cruzado de direita atingiu seu rosto, manchando o chão de pedra com sangue; o sangue do Chefe Sett.

Flor da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora