Grávida do Alfa

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    Grávida do Alfa

          Capítulo 38

     Narração da autora

   Jantar pt. 2

Estão todos sentados em volta da mesa; o Alfa e papai nas pontas, Felipe à direita de seu pai e Luan ao seu lado e eu à direita de papai, de frente para os filhos do chefe. A cadeira extra, sinalizando a falta de mamãe, foi tirada da mesa e posta mais atrás, encostada na parede.

Estávamos todos comendo em silêncio, até que se iniciou a conversa.

- A comida está tão boa quanto o cheiro - disse o Luan provando a carne junto da vagem e do milho.

- Realmente, parabéns, Emma - concordou Felipe, se deliciando com o purê de batata.

- Que bom que gostaram, - agradeci um pouco envergonhada - muito obrigada.

Mais um momento de silêncio, enquanto todos mastigavam.

- Seu pai contou que você cuida da casa, - o Alfa quebra o silêncio - é verdade?

- Sim, me esforço para manter tudo em ordem - respondo.

- Ela consegue fazer tudo com maestria. - Papai diz ao Felipe - ela será uma boa esposa.

Arregalo os olhos e sinto meu rosto queimar; encaro o purê de batata, não acredito que ele disse isso, até parece que está tentando juntar nós dois. Tomo um gole suco de laranja, que está quase acabando, sendo incapaz de engolir a comida. Que situação mais constrangedora.

- Tenho certeza que será - diz Felipe me olhando com um sorriso de canto.

-  Bom, - o Alfa diz  -  só saberemos quando chegar o momento, não é mesmo? Até lá é tudo especulação. Como digo, um lobo só aprende a caçar quando está com fome.

Mais um momento de silêncio, mas, dessa vez, parece ter algo pairando no ar, algo subentendido entre todos, porém eu não compreendo. Busco os olhos de papai para tentar encontrar as respostas e então ele resolve falar.

- Emma, - papai começa - você deve estar se perguntando que assunto estranho, não? - aceno com a cabeça, sem condições de falar - pois bem, não é segredo que desejava um filho homem para seguir a linhagem honrar a família e me orgulhar de diversas outras formas. Um pouco depois de você nascer, consegui me conformar com a decepção ao encontrar um jeito de reparar o erro. - Papai faz uma pausa dramática com um enorme sorriso no rosto e consigo ver o brilho em seus olhos, sua luz no fim do túnel; porém temo o que virá a seguir- Decidimos juntar as duas famílias, que por tantos anos permaneceram unidas, agora criaremos um laço que nunca poderá ser quebrado, um casamento para juntar as duas linhagens em uma só.

Continuo olhando para papai sem entender. Eu ouvi seu discurso, porém não absorvi a informação. Olho em volta da mesa, vejo os homens me encarando como se esperassem uma resposta minha, uma reação, mas que reação se tem a algo assim?

Não consigo fazer nada além de tentar encaixar as peças na minha cabeça, o que papai disse? Reparar o erro? Juntar as famílias? Duas linhagens em uma só... Ele também disse algo sobre casamento...

- Papai... - passo meus olhos pelos presentes e paro nele - você está querendo dizer... juntar as famílias como num casamento? É isso, pedindo para me casar com o Felipe?

- Não, minha querida. - o Alfa entra na conversa - O casamento já é algo certo. Há muitas luas sua fusão já foi arranjada. É de agrado das duas famílias o matrimônio.

Não encontro palavras para dizer nada, essa ideia é tão absurda que não entra na minha cabeça; me sinto fora de órbita. Eles não podem estar falando sério. É ridículo!

Me forço a ter a reação mais razoável e racional possível.

- Vou pegar mais suco de laranja.

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