Rio De Janeiro - 23 de janeiro de 2012.
Sabiá🕊
"Cadeia, um cômodo do inferno Seja no outono, no inverno Sem anistia, todo dia é foda"
Passa visão, quer conhecer o inferno mais cedo? Tá qui po, lhes apresento o xilindro mais conhecida como prisão e na moral esse lugar é o próprio inferno.
Se tu tiver mente fraca e cair nessa porra tu ta fudido, Digo por que ja vi varios mano tirar a propria vida em cada prisão que passei nesses Tres anos, e Pra quem pegou sento e oitenta e oito anos nesse caralho ta bem fudido.
E surpresa, eu sou o fudido.
Namoral, povo parece ate burro ta na cara que eu não vou viver esses anos todos, mais não eles tem que bota pra fuder mermo.
Mas lili vai cantar po, uma hora ou outra por bem o por mal.
Abri o os olhos e encarei o teto, estava em bagu 1 a prisão de Segurança "máxima" esperando o carcereiro vim fazer a contagem.
Santos: Preso 102, venha pegar sua refeição.
Olhei de relance para grade de ferro e caminhei lentamente para frente dela esperei ele colocar a bandeja de plastico na entrada, peguei e fui pra minha cama, era pão com café.
To aqui a um mês, esperando minha sentença final "a mas como você foi parar na prisão de Segurança máxima" fácil po, to na tranca mas não paro, Meus bagulho tá sempre fluindo.
E os cara fica como?putão po, não conseguem me parar, única coisa que vai me parar é a morte.
Terminei meus exercícios e ouvi a cirene tocar, sinalizando que era hora do banho de sol e na real? to nem afim, queria ficar na minha.
Sabía: Ai prefiro ficar aqui mermo.- escutei a risada debochada me fazendo levantar o olhar e encarar ele, serinho.
Pereira: Tu não tem querer não porra, vai e pronto.- gritou.- ou ta se achando melhor que os outros?
Bufei e me levantando, pereira...Desde que entrei aqui esse filho da puta vive de caô pra cima de mim se sentido o maioral, mas uma ligação minha e ele aparece morto.
Sabía: Tu que manda. - levantei os braços em rendição.
Ja sabia o processo então só fui tirando a roupa e virando de um lado pro outro é sempre a mesma viadagem, pra saber se eu não estava com nada, tipo uma calibre 32.
Pereira: isso mesmo, eu que mando nessa porra.- me empurrou de leve e deu uma risada.
O que é seu ta guardado.
Andei em direção ao patio onde tinha varios meno jogando baralho e uns so conversando, bom era um fut, mas aqui é mo estreito.
Me encostei numa parede mais afastada tirei o cigarro e o esquero do bolso acendendo ele, Soprei a fumaça e encarei o Nenê vindo na minha direção.
Nenê: Eai dormiu bem sabiá?- ja veio cheio de gracinha, e eu neguei.- iih por que?
Sabiá: Dormi bem não, tua mãe não tava comigo.- dei um trago e sorri de lado.
Nenê: Oxe, tu dormiu com a minha mãe?.- fez careta e depois me olhou pesativo.- pera....papai é você papai?
Ignorei ele que deu risada sentando do meu lado joguei a bituca do cigarro no chão pisando nele.
Nenê: teu julgamento vai ser daqui a uns dias.- asseni - vai meter o pé não?
Sabiá: Sei não bro, deixa ver oque a doutora falar.- encarei ele que tava acendendo um cigarro.- amanhã é dia de visita.
Nenê: nem me lembre, minha nega vem me ver uma pena não poder comer ela aqui no patio mesmo.
Dei uma risada e ele me estendeu o cigarro, olhei em volta e vi o pereira vindo na nossa direção.
Pereira: bora sabiá ta achando o que tu não ta numa suite não po levanta logo.
O filho da puta tá de tiração hoje, namoral.
Nenê: Esse ai ta querendo morrer.- cochichou no meu ouvido e eu sorri de lado.- Vai encomendar a morte dele não?
Bituca: fala meus parceiros.- chegou colocando o braço em volta da gente.- sol bom, me senti na praia.
Nenê: só faltou uma cervejinha, e um pagode.- ambos começaram a rir, e eu só negando.- sabiá ta tão sem graça hoje em.
Ignorei eles e esperei a minha cela ser aberta, caralho esses guri é chatão porra, ficam viajando nuns caralhos que sei não.
Deitei na cama e começei a pensar nos bagulho, se eu não sair antes do julgamento vai ser meu fim.
Meu fim não, porque o trem aqui não para.