O confronto (A batalha dos 5 reinos Vol.2)

2. Pedido de socorro

Iala

— Pode nos dizer o que viu, príncipe Myrio. — Pede meu pai tranquilamente esperando principalmente para ver o semblante dele quando começar os fatos, pois isso pode dizer muito sobre a situação que ele vivenciou.

O que também pode indicar se ele está sendo sincero ou não, e daí poderemos calcular a veracidade dos fatos. Entretanto, dentro de mim sei que as coisas estão ruins a esse tanto, e que o príncipe herdeiro vai apenas me mostrar o quanto estou certa, no entanto isso não diminui minha raiva.

— Majestade, o reino azul tem atacado pequenos domínios do reino branco na intenção de tomar nossos territórios, entretanto, estão evitando ir para cidades maiores, como se esperassem que fizéssemos algo, e isto não é o maior problema dado as últimas ações do príncipe Kraig. — Myrio faz uma pausa e sinto meu coração esmorecer pouco a pouco, pois a pior parte vem agora. Meus lábios se ressecam e aperto meus dedos com força. — Ele tem usado o seu irmão, o príncipe Kieran como arma.

— O que? — O berro escapa por minha garganta antes que eu calcule o tom que seria considerado adequado para a situação. E é provável que o príncipe passe a me ver como alguém que não controla seus sentimentos a partir desse instante, mas foda-se. Kieran está sendo usado como arma?

Como isto pode ser possível? Entendo ser um prisioneiro.

Compreenderia se ele fosse usado como um meio de mostrar o poder do reino azul ao ser levado para os meios das lutas como um troféu que foi ganho. Porém, arma? Como Kraig poderia fazer Kieran obedecê-lo nessa questão?

— Sim Iala, o príncipe tem sido usado como arma, e posso entender por que seu irmão se preocupou em roubá-lo de vocês, pois o poder que ele vem mostrado é digno de alguém da realeza. — O que ele quer dizer? Por que não diz tudo de uma vez? Fica cortando as partes importantes o que só me faz o odiar a cada segundo. — Deixe-me esclarecer os fatos. Creio que todos aqui sabem que alguns artigos ou armas, chamem como acharem melhor, foram proibidos e depois destruídos a séculos atrás quando se notou os riscos que eles podiam causar para o mundo.

— Sim, todos os artefatos que podiam influenciar nossa força foram destruídos para que ninguém os usasse como um modo de conseguir poder além do que seria aceitável. — Profere meu pai ao olhar nos olhos de Myrio lhe perguntando onde ele quer chegar com esse assunto, pois esses artefatos já deveriam ter sido esquecidos por todos os seres vivos na terra hoje.

— Não todos, já que o príncipe Kieran tem um em seu pescoço. — Me impeço de gritar de novo quando ele termina de pôr suas palavras para fora. Não pode ser verdade. Como o reino azul teria algo assim. — Um dos meus soldados afirma que viu a Eriyoku no pescoço de Kieran enquanto ele simplesmente destruía uma das casas dos moradores, e acredito que todos sabem o que dizem sobre esse artefato.

— Ele devia ter sido um dos primeiros a ser destruído, pois pode causar a morte daquele que o usa, então como acabou no pescoço do príncipe? — Inquire meu pai irritado. — Como isso pode estar acontecendo?

— Creio que os reis do reino azul sempre tenham sido furtivos em suas ações, dessa forma conseguiram esconder de nós a existência do Eriyoku. E posso lhes dizer que creio que não são melhores do que os boatos, dado que puseram algo assim naquele que deveria ser o herdeiro de seu reino. — Não poderia deixar de concordar com Myrio e tenho uma necessidade ainda maior de ir ao reino azul somente para fazê-lo explodir em uma carnificina ardente, porém, é como meu irmão gosta de me lembrar.

Mesmo que o reino e o príncipe sejam uns nojentos o povo não é de todo mal, e não devem sofrer as consequências das ações de seus governantes, e se isto não fosse bom o suficiente, Enin fez questão de gritar na minha cara que não quer que eu suje minhas mãos com sangue que não precisa ser derramado.