Entro no carro e sigo para buscar Luquinha na creche. Chego na creche, e o aguardo na porta. Assim que ele me vê, sorri animado, e corre em minha direção.
Ser mãe, não é uma tarefa fácil, e por diversas vezes, quando venho buscá-lo , estou cansada da minha rotina de trabalho. Mas, é impossível não ser contagiada pela alegria do sorriso do meu filho.
- Olha mamãe o desenho que fiz para você - diz ele me entregando o desenho que tem em suas mãos.
- Que lindo filho. Você desenhou uns bichinhos foi? Falo de maneira animada.
- Não, mãe. Desenhei você e vovó - responde ele sorrindo.
E esse é aquele momento, que toda mãe sempre passa. Aquele momento que a gente sorri de maneira animada, concordando com o que o seu filho falou.
- Claro meu amor. Ficou lindo, e realmente está igualzinho a vovó e eu.
Ele sorri, contente.
-Como foi a escola? O que você aprendeu hoje?
-Aprendi o número dez. Responde ele representando o numeral em suas mãos.
-Caramba, já está no 10. Você está ficando muito esperto mesmo.
Luquinha continua me contando as novidades do seu dia, enquanto seguimos para nossa casa. É impressionante como ele tem energia de sobra. Fico observando sua tagarelice, e pensando, que posso até não ter tido um bom casamento, mas o fruto desse relacionamento foi um filho maravilhoso. E que hoje consigo entender todas aquelas frases que minha mãe sempre me dizia sobre um amor inexplicável e incondicional, pois é esse sentimento que tenho pelo meu filho.
Terminamos de jantar. Coloco Luquinha para dormir. Ainda não é muito tarde, mas gosto que ele durma cedo, para que no outro dia, ele acorde um pouco mais disposto. O que eu sei que não vai funcionar, pois todos os dias é o mesmo "drama" de manhã, mas pelo menos sei que ele vai ter dormir tempo suficiente.
Estou dando uma olhada pelo catálogo da Netflix, quando meu celular toca. Dou uma olhada no display, e vejo o nome de Letícia aparecer.
Atendo a ligação.
- Oi Lê. Aconteceu alguma coisa? Digo em tom preocupado. Letícia, é aquela pessoa que não gosta muito de ligações. Prefere trocar mensagens. Então, achei um pouco estranho sua ligação inesperada.
- Ué? Não posso ligar para minha chefinha preferida e melhor amiga?
Ela me responde em tom de brincadeira.
- Pode, mas eu te conheço. Para você me ligar, ou aconteceu alguma coisa, ou você está aprontando alguma coisa.
Ela dá risada do outro lado da linha.
-Não estou aprontando nada amiga. É porque estava aqui pensando...
-Eu posso ler seus pensamentos, e algo me diz, que é melhor eu me preparar, porque lá vem besteira.
- Credo Nathy, como você é pessimista.
- Ok, vai. Desembucha. Sobre o que você estava pensando, que até precisou me ligar para compartilhar?
-Então, eu conheci o Rafa no aplicativo de relacionamento, como já te falei. E a gente está se entendendo tanto. Sinto que temos uma conexão boa sabe? As coisas estão fluindo muito bem entre a gente. Daí, eu fiquei pensando na sua vida amorosa, que eu também quero que você conheça alguém bem bacana.
-Hum...
- Daí eu pensei que você também deveria se cadastrar no site relacionamentos. Quem sabe você não encontra alguém especial?
Solto uma gargalhada. A Letícia, só pode ter enlouquecido.
-Lê, você está bem? De onde tirou essa ideia de site de relacionamentos? Que doideira é essa?
-Doideira porque Nathália? Todo mundo hoje em dia, faz isso. É uma ótima maneira de conhecer alguém. Você pode conhecer alguém especial no aplicativo. Quem sabe até casar de novo.
- Ou conhecer um psicopata e ser assassinada né? Respondo de maneira exagerada.
- Nossa, Nathy. Como você está sendo dramática. É obvio, que você não vai ser louca, de marcar um primeiro encontro na sua casa, por exemplo. Você vai marcar em algum lugar público, que é mais seguro.
- Olha Letícia, não sei não. Eu tenho um pouco de vergonha dessas coisas. Acho super legal, as pessoas que curtem, mas acho que ficaria meio constrangida com esses "encontro as escuras".
- Amiga, não vai ser tão as escuras assim. Você pode trocar bastante mensagens primeiro, vê se o assunto vai fluir, e depois marcar um encontro.
- Acho melhor não Lê - digo de modo desanimado.
- Nathy, por favor, faz pelo menos um teste. Se você não gostar do aplicativo, exclui a conta e pronto.
-Ainda estou achando essa sua ideia uma loucura.
- E eu estou achando, que você deveria pelo menos, dar uma chance. Você mesmo disse hoje de manhã, que ia começar a pensar melhor sobre sua vida amorosa. Então, esse seria o primeiro passo.
Conhecendo a Letícia, da maneira que conheço, sei que minha amiga deve ter preparado uma lista com 10 motivos para me convencer.
Por outro lado, o que eu teria a perder afinal? Claro, que tenho total consciência, de que sou mãe, então não serei nenhuma imprudente ou irresponsável, convidando quem eu mal conheço para frequentar minha casa. A segurança do meu filho, é minha prioridade sempre.
E também, tem anos que não tenho um encontro.
-Tudo bem, D. Letícia. Vou fazer o teste de uma semana, se eu não conhecer ninguém, eu excluo a conta, e desisto dessa sua ideia maluca.
Ela dá um gritinho de empolgação, do outro lado da linha.
-Ótimo amiga, vou te mandar o nome do aplicativo por mensagem.
- Tá Ok. Beijos Lê. Até amanhã.
-Até amanhã, chefinha.
Desligo a ligação, e menos de 1 minuto depois, recebo uma mensagem de Letícia, com o nome do aplicativo. Ai meu Deus, ainda não acredito, que concordei com essa doideira.
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A essência do amor
RomanceSinopse Nathália foi mãe jovem. Casou cedo e (virgem) sim, casou virgem no século XXI. Ok, não façam essa cara de espanto. Nathy tinha apenas 18 anos, quando resolveu se casar, então, não foi tão difícil conseguir se controlar. Assim, casou-se com...