Acordo (Im)Perfeito

Capítulo Três

Acordo (IM)Perfeito

A mulher não está muito feliz com a ideia de ter que ficar comigo essa noite, mas conforme o prometido e conforme aquilo que foi assinado no contrato eu tentarei ao máximo ser romântico e atencioso com ela, pois eu tenho consciência de que ela somente assinou aquilo para não demitir os funcionários. Mas fazer o que! Nenhuma das mulheres que eu encontrei e conheci me agradaram, elas me pareceram falsas demais, cínicas e forçadas demais para assumir o papel de mãe de um filho meu. 

Hinata foi uma das mulheres que nunca me olhou com segundas intenções — apesar de eu olhar pra ela com segundas intenções — e nem mesmo aproveitou da minha fama ou dinheiro, sendo sincera ela nunca me olhou com desejo. Creio que foi a forma como ela foi educada, a forma como os pais a criaram, o respeito às pessoas mais velhas e aquelas a sua volta foi a prioridade dos pais da Hyuuga. Contudo eles jamais esperavam que a filha se tornaria uma rebelde e que deixaria o clã, que optaria por trabalhar e se sustentar, sem depender do dinheiro e nem mesmo do apoio dos familiares. 

Nem mesmo o nome da empresa dela foi usado para conseguir alguma coisa, ela constantemente tenta fazer tudo do seu jeito, sem depender de ninguém. Pena que as coisas acabaram não dando certo pra ela, só que a falência dela veio como algo bom para mim, pois em troca de uma pequena quantia em dinheiro ela topou ser aquela a gerar um filho meu e a ser minha companheira por um período de tempo de dez meses há um ano. 

Hinata se encontra impaciente ao meu lado, o jantar ocorreu sem nenhum problema ou impedimento; ela bebeu um pouco e comeu somente pratos leves, ela disse que não se encontra com fome. Hinata fica mordendo os lábios e não me olha nos olhos, a mesma fica adquirindo uma posição defensiva sempre que a toco, já tentei tocar em sua perna e rosto, contudo a mesma dava um jeito de desviar e de negar o contato físico e visual comigo. 

Acho engraçado a forma como ela está tentando lidar com tudo o que está a acontecer, de como ela está tentando se manter forte perante o inevitável. 

Escolhi um dos hotéis mais caros da região para que nossa primeira vez acontecesse. Pedi para que arrumassem um dos melhores quartos, para que eles fizessem o melhor deles, para que a noite e o ambiente ficassem agradáveis. Não sou do tipo romântico e nem galanteador, sendo bem sincero pra mim é transar e ir embora! Nada de ficar deitado na cama e nem de ficar colocando apelido meloso. Odeio esse tipo de coisa, tenho alergia a melo e a relacionamento, não sou feito para namorar e nem pra casar, contudo eu desejo e quero formar uma família, somente não quero me casar e nem prender a mulher alguma. 

Não quero perder a minha liberdade de poder me relacionar com quem eu quiser!

Por isso fiz aquela proposta a Hinata, por isso pedi para que ela se tornasse a mãe do meu filho. Sei que ela irá querer ficar presente na vida da criança, não vou impedir, mas também não irei deixar que a mesma o leve para longe. 

Mas por agora eu não gosto de ficar pensando e nem mesmo me prendendo a esses detalhes, ainda há tempo para que eu pense e analise isso com calma e paciência. 

Paro o carro no momento em que chegamos ao prédio, ao hotel onde tudo irá acontecer. 

Ela não se mexe e nem demonstra qualquer reação, quase como se ela estivesse perdida e presa no próprio mundo, um mundo que só ela habita. Seguro o seu nariz fazendo com que a mesma me encarasse, ela me olha assustada, suprimo um riso e toco em seus cabelos, novamente ela recua ao menor dos toques. Respiro fundo e tento de certa forma deixá-la confortável, Hinata me é importante em vários sentidos, por isso eu quero que ela se sinta confortável, quero que ela se sinta bem e relaxada, pois caso fique muito tensa pode ser que as coisas se tornem mais complicadas e nenhum pouco prazerosas.