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  Na manhã seguinte, eu cumpri minha promessa com Íris e a levei para andar de cavalo pelo terreno do castelo. Enquanto fazia isso, mordi minha própria língua quando havia pensado que tudo estava igual.

  Passeamos pelo jardim da rainha, coisa que eu não sabia que minha mãe iria querer que existisse. Íris me explicou que foi um presente dos Elfos, e eu não discuti. Minha mãe sempre fora próxima dos Elfos, tanto que se casaria com o Lorde de Gelo se não existisse aquele laço com meu pai.

  Às vezes eu me perguntava se ela se arrependia desse laço. Mas nunca tive coragem para perguntar.

  Íris me explicou que aquelas eram rosas safiras, e que, assim que a noite vinha, elas desabrochavam e brilhavam como cristais multicoloridos simbolizando alguma baboseira de amor eterno que olhe só: Virou até mesmo um feriado nacional! Outra baboseira colorida onde você presenteia seu amor eterno com uma rosa desse jardim.

  A ideia veio de Íris, é claro.

  E ela ameaçou me bater assim que soltei a primeira piadinha.

  Quando voltamos para o castelo, imundos e rindo como demônios, encontramos com a mãe sentada no sofá e tomando chá.

 – Vocês dois tem exatas meia hora cada um para se arrumarem, se se atrasarem então vou jogá-los num lago próximo.

  Íris saiu correndo, tinha pavor de água gelada. Mas eu fiquei e encarei a vampira com um sorriso de orelha a orelha.

 – Já tomei banho em lugares piores.

  Ela fez careta, concordando e eu levantei meus braços me aproximando dela ameaçadoramente.

 – William nem pense nisso!

  Não dei ouvidos, em um instante lá estava eu a apertando em um abraço esmagador. Sentia saudades dela, de Íris e caralho até mesmo dos meus irmãos eu sentia falta. A mulher soltou um grito agudo e começou a me arranhar, mas não cedi e só para provocar deixei um beijo em sua bochecha.

  Quando senti que ela estava começando a feder até mais que eu, finalmente a soltei e caminhei a passos lentos atrás da minha irmã.

 – Agora sim, eu vou tomar banho.

  Ri, com as mãos para cima e corri escada acima.

(...)

  Horas depois, eu novamente tive que me despedir de Íris e embarcar numa viagem rápida até o porto com a minha mãe que se recusava a olhar para mim depois do que eu fiz na sala. E só porque ela parecia tão brava que eu não tirava o sorriso cretino da cara.

   Me vesti todo formal dessa vez. Coloquei o uniforme de capitão, pendurei as medalhas no peito e amarrei meu cabelo em um coque samurai, e fiquei especialmente satisfeito em encontrar meu círculo íntimo nas mesmas condições quando embarquei no Sieben Jahre, até mesmo Jack Marley estava vestido a rigor, praticamente me implorando pra soltar uma provocaçãozinha.

  Agora estávamos todos – três tenentes contando Jack, eu e minha mãe – trancados em minha cabine, que eu dividia com o cretino à minha frente, fortalecendo a nossa estratégia.

 – No total, seremos dois mil vampiros puros sangue, todos tem acesso a poção não é? Não sabemos quanto tempo vai durar já que não se vê espiões competentes por essas terras, não quero saber de ninguém desmaiando por insolação.

  Olhei para Jack, que tirava um frasco laranja do bolso e colocava sobre a mesa de madeira.

 – Sim, senhor. Todos estão equipados com a poção e uma bala de veneno de bruxa caso sejam capturados.

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