Ao ver aquele soldado solitário no alto da colina, quase sorri pensando que isso seria mais rápido do que eu tinha antecipado. Mas tratei de tirar esse pensamento da cabeça, no fim ele poderia ser apenas um recruta desobediente e burro, ansioso para morrer; levantei o braço pronto para dar o comando para atacar quando algo mais importante me chamou atenção.
Eles estavam aqui, e tudo está em completo silêncio...
Arregalei os olhos ao me dar conta tarde demais.
– Capitão...
BUUUUM
E a torre de vigia recheada de fogo maldito explodiu bem do nosso lado. O som ensurdecedor deixando todos os meus soldados zonzos de uma só vez, mas eu só conseguia pensar em Walter e Cox que estavam guardando a torre. O grito de dor estava preso na minha garganta queimado para sair conforme a vontade de ver se ambos estavam vivos me fazia tremer. Mas me forcei a ficar no lugar, o cheiro de enxofre e queimado tomando conta da praia.
Sem chance de sobrevivência para ambos.
Olhei para o soldado solitário e seu exército que anunciava a chegada de arpões e abaixei meu braço de uma vez, a ira tomando conta da minha maldita cabeça com tanta força que senti meus olhos tomarem a mesma cor dos meus cabelos.
Que se fodam seus malditos arpões, eu iria estripa-los um por um.
– ASSUMINDO POSIÇÃO DE ATAQUE CABEÇA DE FALCÃO! ATACAR!
Berrei, dando a ordem e usando minha velocidade para correr até quaisquer lobisomens de merda que poderia alcançar. Eu estava errado, malditamente e dolorosamente errado ao pensar que eles não iriam se preparar para nos receber. Deveria ter reconhecido os sinais, o fato dos meus batedores e espiões não voltarem devidamente informados ou nem sequer voltarem.
E agora dois dos meus tripulantes estavam mortos.
E os malditos tinham até mesmo uma armadura completa.
Saquei ambas as pistolas, mirando nos olhos castanhos de um cretino que ousou ficar em meu caminho, e atirei enquanto chutava sua espada para a esquerda, o lobisomem ameaçou cair para trás com o impacto da bala em seu capacete, mas eu fui mais rápido e o agarrei para perto, usando seu corpo como escudo para outro que se preparava para me atingir com uma lança.
Minha mente estava em transe, eu só pensava em matar, matar, matar. Vingar Walter, vingar Cox, matar e matar.
Algumas balas de canhões atingiam a areia, levantando poeira e eu aproveitei desse momento. Em segundos, meu exercito e eu éramos névoa, no outro tínhamos facas envenenadas o suficiente para cortar gargantas desses cachorros imundos.
(...)
Duas horas se passaram, e eu não me sentia satisfeito. Estava banhado com sangue tanto aliado quanto inimigo e não me sentia satisfeito. Talvez jamais me sentisse, mesmo que eu morresse nesse lugar eu iria levar quantos pudessem comigo.
Pelo menos foi oque eu pensei, minhas pistolas estavam jogadas em qualquer lugar da praia sem munições, e eu estava com uma faca na mão enquanto que segurava a espada roubada de sei-lá-quem na outra, na cabeça eu empunhava o capacete do primeiro lobisomem que abati e sorria diabolicamente assim que alguém me reconhecia.
Eu estava fodido, em algum momento um desgraçado havia tentado me estripar e quase conseguiu, se Jack não tivesse chegado na hora, tinha um enorme arranhão cortando meu uniforme que acabava com a minha moral com os outros vampiros que pareciam entrar em pânico a qualquer momento.
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Sieben Jahre
FantasyVampiros e lobisomens estão em guerra por séculos, tempo o bastante para nem sequer se lembrarem de como a guerra começou. Mesmo separados por um oceano, ambas as espécies são criadas para matar e odiar uns aos outros à primeira vista. Até que no...