𝓜𝓮𝓶𝓸𝓻𝓲𝓮𝓼 (ᴊᴜɴɢʜᴏᴘᴇ/ʜᴏᴘᴇᴋᴏᴏᴋ)

2: why?

- Why? -

  Durante a viagem até "minha casa", todos se mantiveram em silêncio absoluto.Menos a menininha, que chorava descontroladamente por conta de seu querido ursinho de pelúcia ter ficado no hospital, afinal,  nem ela ou qualquer um ali havia se lembrado de pegá-lo antes de partirmos.

— Eu compro outro Luna, então pare de chorar. — Disse o homem de cabelos claros que permanecia concentrado na estrada enquanto dirigia, e pelo o que estive observando, parecia bem irritado com aquela situação.

— Não tio Yoongi!!Eu quero o kookie! — Ela berrou em fúria e tristeza, e com tanto vigor que seu rostinho branco agora se encontrava vermelho como tomate maduro — Mamãe Hobi!! — Cerrou os olhos para o ruivo que não falara nada até agora, apenas chorava em silêncio.

  Sim, eu havia percebido, e aquilo me deixava com vontade de cair em prantos também, mesmo que eu não entenda o motivo para tal tristeza.

— Amanhã a mamãe pega.... — Susurrou baixo, sem olhar para "nossa" filha.

  Ainda tinha dúvidas sobre tantas coisas...Aquela menina de cabelos curtos e olhos castanhos era sangue do meu sangue, realmente?Aquele homem ruivo e adorável era realmente meu namorado?Como eu havia perdido minhas memórias, afinal?
  E estas dúvidas eu esperava que fossem respondidas sem demora.

— Papai, olha para mim papai!! — Deu alguns tapinhas no meu rosto, me fazendo acordar de meus vagos e distantes pensamentos — A mamãe vai buscar o kookie, o senhor ouviu papai?

— Huhum...Ouvi — A única opção que consegui enxergar era concordar com a criança, que finalmente tinha parado de chorar como se estivesse perdida em uma aglomeração de pessoas inquietas, incapaz de encontrar seu progenitor — Isso é ótimo não é mesmo, "grandona do papai". — Falei de maneira displicente enquanto acariciava os fios de seus cabelos finos e mantinha meu olhar fixo na janela.

  Eu não soube o porque, mas aquelas palavras saíram automáticamente da minha boca, e ao olhá-la de soslaio pude ver um enorme sorriso se formar em seus lábios rosados, e naquele momento ela me abraçava fortemente.
  Já os outros homens a frente estavam incrédulos, e vi pelo pequeno espelho o ruivo soltar um sorriso quase imperceptível, porém, fofo e verdadeiro.

  Eu apenas queria saber quando teria minhas memórias de novo.Saber que aquelas pessoas eram minha família e não lembrar ao menos seus nomes era algo frustrante e doloroso — De alguma forma, era.
  Eu queria saber por quê o rosto da minha filha era sinônimo do de alguém estranho para mim, afinal, nunca tinha a visto antes.Na verdade, ninguém ali, eu me recordo para ser mais exato.

  E isso me machuca.

  Mas, por quê?