quatro

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ARIA DOMINICHELLI

Chego na faculdade e sento no meu lugar, pego meu caderno e estojo na mochila e começo a me preparar para mais uma semana de aulas.

— Por que os testes que comprei para você estão intactos no meu carro? — Bia fala chegando apressada e senta do meu lado.

— Pelo simples fato deles estarem no seu carro e eu não fui embora com você. — Falo olhando para mesmo.

— Hoje você não me escapa senhorita Aria. — Ela fala com um olhar ameaçador.

— Tá bom! — Dou de ombros e começo a prestar atenção no professor que chegou na sala.

Depois de uma aula como todas as outras, a Bia resolveu que ia me levar para casa.

— Vai fazer logo! — Ela fala me entregando a sacola.

Pego a mesma e vou até o meu banheiro e tranco a porta atrás de mim, fechando a mesma na cara de Bia.

— Me deixa entrar, quero saber se vou ter um sobrinho. — Bia fala batendo loucamente na porta.

— Você vai saber, mas depois. — Falo e começo a ler as instruções do teste.

Não sei por que estava lendo, não é a primeira vez que faço isso.

Abro três dos cinco e começo a fazer.

Na caixa estava escrito que ficaria pronto em cinco minutos, mas esses eram os cinco minutos mais longos da minha vida.

Na minha cabeça passava as milhões de vezes que o Vini dizia não querer ter filhos, passava o meu trabalho e faculdade, como eu iria cuidar de uma criança se eu não cuido direito nem de mim? E se o Vini realmente não querer um filho? Milhões de perguntas vinham e iam.

— Aria!? Já deu o resultado? — Bia bate na porta me tirando do transe.

Olho as horas no celular e vejo que se passaram os cinco minutos, olho para os teste que estavam em cima da pia.

Em dois deles tinha dois traços e em um escrito grávida.

Eu estava nervosa, muito nervosa.

"Podia estar errado, né?". Penso pegando os outros dois testes na sacola para fazer também.

— Aria! Você está me deixando preocupada. — Bia fala e eu destranco a porta para ela entrar. — O que deu? — Ela pergunta entrando.

Aponto para os teste que ainda estão em cima da mesa e ela olha.

— Vou ser tia! — Ela fala vendo os teste e soltando um grito logo em seguida.

— Pode estar errado! — Falo tentando me concentrar para fazer os outros testes.

— Coitada! — Bia fala rindo. — Levanta daí e vamos comprar as fraldas meu chuchu. — Ela fala.

— Vou ao hospital fazer o exame de sangue. — Falo levando e me arrumando olhando em direção ao espelho. — Me leva? — Pergunto olhando para ela.

— Claro! Estou com você até o fim. — Ela diz nossa frase e sai do banheiro fazendo eu ir atrás dela.

O resultado do exame de sangue havia saído a alguns minutos atrás, eu ainda estava sem acreditar.

Comprei algumas coisinhas para contar para o Vini assim que ele chegasse do trabalho, arrumei tudo em uma caixa de presente e escondi a mesma.

Depois de tudo pronto, desci para começar a preparar o jantar.

Vini chegou e me cumprimentou como sempre.

— Aconteceu alguma coisa? — Ele fala com uma sobrancelha erguida.

— Não! — Respondo e olho para as panelas na minha frente para desviar o olhar dele.

— Tem certeza? — Ele fala se aproximando um pouco de mim.

— Não da para esconder nada de você, né? — Falo e olho para ele que só balança a cabeça negativamente. — Comprei um presente para você, mas só vou dar depois do jantar. — Falo e volto minha atenção para as panelas.

— Ah, nem! Porque me deixar curioso. — Ele fala fazendo birra.

— Você que perguntou. — Dou de ombros.

— Tá escondido na sua gaveta de moletom, né? — Ele fala e eu reviro os olhos por ele acertar. — Vou pegar. — Fala rindo e correndo até o quarto.

Já faz alguns minutos que o Vini subiu e eu ainda não sei como ele reagiu quando abriu a caixa e viu aquele sapatinho e os testes.

Havia terminado o jantar e estava com um pouco de medo de subir para falar com o Vini, então estava enrolando na cozinha arrumando a mesa para comer.

Escuto os passos na escada e fico muito tensa.

— Isso é verdade? — Ele fala bem irritado e joga a caixa em cima de mim.

— É lógico que é sério, eu jamais brincaria com isso. — Falo.

— Logo agora? — Ele fala e ri de forma irônica. — Você estragou tudo. — Vini fala e me olha com nojo.

— Quê? Você está brincando comigo? — Falo me aproximando dele.

— Eu não posso ter um filho agora, eu não estou pronto. — Ele fala se afastando. — Ganhei uma promoção no trabalho, mas vou ter que ir morar em Nova York. — Ele fala.

— Quando você ia me contar? — Pergunto, mas eu só queria que aquilo fosse uma grande mentira.

— Eu não sei nem se ia te contar. — Ele fala e olha para baixo. — Odeio despedidas. — Vini fala.

— Quê? Você ia simplesmente embora sem me avisar nada? — Tento organizar as coisas na minha cabeça, sento na cadeira atrás de mim já que minha visão estava bem embasada por conta do choro.

— Eu! — Vini fala parando para pensar um pouco. — Eu ia te contar, eu acho. — Ele fala olhando para baixo desviando o olhar de mim.

— Você realmente vai me deixar aqui sozinha com o nosso filho? — Pergunto ainda sem acreditar. — Você tem alguma noção?

— Seu filho! — Ele me "corrige".

— Eu nunca mais quero saber de você, eu vou sair e quando eu voltar eu não quero mais nada seu aqui dentro. — Falo levando e saindo dali o mais rápido possível.

eu quero comer 🙃

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Depois daqui ━━ Igor GomesOnde histórias criam vida. Descubra agora