único

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Pirulitos cedem um gosto doce aos nossos lábios, ao menos era assim a forma na qual eu gostaria que tivesse sido. Bem, se não fosse você que o tivesse me apresentado esse novo sabor, sabia o quão azedo é, P'Korn? Principalmente quando veio de você, quando suas mãos o percorreram e ali eu me cedi, eu deixei você entrar. Derramar, despejar e espalhar aquele aroma. Mais para uma acrimônia.

‘’ eu vou te proteger, não importa a distancia em que estejamos ’’, você disse, eu sentia que você estava sorrindo para o celar, expondo seus dentes dourados naquele instante, apesar de não o ver. O quão cruel poderia ter sido, afinal? Suas palavras não se passaram de um fio de mentiras na onde me guiava para mais intrigas, mas claro, eu completamente mole me acalentei ao calor de seus braços, tão aflito e necessitado de um pouco mais de você, parecia ate não ter nada a perder, se você ficasse comigo a todo tempo eu me sentiria seguro.

Sentiria, passado, na verdade nunca se adormece bem no meio de maldades configuradas com um toque de carinho, e este era o motivo para eu madrugar tanto, mesmo com seus braços ao redor de minha cintura, certificando de que logo logo o sono viria.

Mas a verdade é que desde aquele dia em que você despedaçou em partes mínimas aquele mero pirulilo em formato de coração, eu nunca mais experimentei pirulitos ou quaisquer tipo de doce, porque não importava há quantos metros longe de mim você estava, aquele maldito gosto azedo e réprobo, ali ainda se encontrava e em meu peito, tudo se resguardava e as lágrimas em meu ser não se seguravam.

Sem Açúcar % KornInOnde histórias criam vida. Descubra agora