Prólogo

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A muitos anos atrás, as bruxas eram caçadas, para que, ao exterminadas da Terra, todas as enfermidades e pragas rogadas em cima dos humanos, pudessem ter um fim. Entretanto, todos esses problemas não passavam do puro pecado do homem, e que não aceitando esse destino, começaram uma guerra: seres mágicos contra seres humanos.

A chamada Guerra perdurou durante anos, causando destruição e morte por onde passava. Diversas doenças como a Peste Negra, Varíola, Tuberculose e Gripe Espanhola assolaram todos os reinos, ocasionando o derramamento de corpos e de sangue.

Um corajoso grupo de homens, tentados a acabar com toda a miséria que jazia em sua pacata cidade, se reuniram frente a caverna da famosa bruxa de Salem, uma das primeiras a serem condenadas e a única sobrevivente. Bridget Bishop, foi causadora de grandes mortes pela Peste Bubônica, e pelo falecimento de famílias dos homens presentes naquele grupo.

Eles queriam vingança, e sabiam que se a matasse tudo estaria acabado. Porém, esse sentimento não vencia o medo que corroía suas veias, que era solto pelo ar em forma de suor que escorria em suas peles frias pelo clima de outono. Era suicídio entrar naquela caverna, eles sabiam que não sairiam vivos daquele local, era um sacrifício por um bem maior.

Em meio a suspiros e puxadas de oxigênio, a coragem fora retomada e os homens marcharam escuridão a dentro, sendo tomados por uma onda de calor. Não era um calor confortável, era frio, era um calor que lhes esfriava a espinha, fazendo um leve arrepio de pavor passar por seus corpos.

Escalaram um buraco que estava no teto da caverna, onde raízes de uma enorme árvore  caíam buraco a fora, fazendo com que a subida fosse mais fácil. Os que subiram primeiro ajudavam os que estavam com dificuldades, logo se colocando novamente em formação e iluminando o local que se encontravam.

Estavam na toca de Bridget Bishop, estavam na moradia da Rainha das Bruxas. O lugar era iluminado por tochas postas nas paredes da caverna, sendo seguras por vigas também das raízes da enorme árvore que se encontrava no fim do centro. A árvore da morte.

A bruxa estava observando aquela árvore com admiração, passando seus longos e finos dedos por seu tronco podre e escuro. Um baixo homem jogou seu machado em direção a bruxa, sendo cravado no meio de suas costas.

Ele sorriu e puxou seu machado, que ao encostar seus dedos em seu cabo enormes espinhos surgiram, perfurando sua mão e o colocando em uma agonia profunda. O velho se contorcia de dor e um algo grito saiu de sua garganta, atraindo monstros que atacaram os outros que estavam no local.

O mais jovem do grupo correu em direção da bruxa, que sorria vitoriosa e se escondia na escuridão que assolava aquela caverna. Uma árdua batalha se instaurou no ambiente, gritos monstruosos inundavam os ouvidos dos presentes, os fazendo lutar por suas vidas.

A bruxa atacou aquele que vinha em sua direção, o ferindo e o jogando para a parede do outro lado da caverna. Um gemido de dor saiu do garoto, que logo se recompôs e colocou sua espada frente a uma tocha que se encontrava em cima de sua cabeça.

- Ignite.

Sua espada de ferro se pôs em chamas, mostrando escrituras em sua lâmina que brilhavam em um intenso vermelho. Ele avançou novamente, golpeando a mulher diversas vezes, defendendo e contra atacando.

O local queimava em meio aos corpos mortos no chão, sua espada flamejante incendiava tudo aquilo que entrasse em seu caminho. Ambos lutavam ferozmente, cada um por sua vida. Golpes fatais eram despejados contra si mesmos, e a fadiga era notável.

Uma abertura fora vista e logo sua espada cravou no peito da bruxa, a prendendo no tronco da imensa árvore. Entretando, ele não esperava a forte dor que surgiu em seu peito, a bruxa segura seu coração e o olhava com diversão.

- Não pense que tudo isso acabou. - Ela cuspiu um pouco de sangue. - Eu voltarei para buscar aquilo que é meu!

Seus olhos se tornaram brancos e suas veias transportavam um brilho que ia de encontro com o coração do menino, transportando para todo seu corpo aquela luz. Sua dor se tornou excruciante e ele não conseguia mais reprimir seus gritos.

- Vagará eternamente pela Terra, vivenciará todos os pecados do homem e não conseguirá fugir desse destino. A maldição só será quebrada quando o sangue da rainha for derramado, junto com seu último suspiro.

Ela o soltou, e a última coisa que o garoto viu antes de ser domado pela escuridão foi as chamas consumindo o lugar e queimando para sempre todas as pragas que assolaram os corações dos homens. Era o fim para todo o sofrimento.

A Guerra acabou naquela noite, juntamente com um acordo de paz entre bruxas e humanos, onde nenhuma magia seria de conhecimento e usada contra os humanos. Eles vivem entre nós, escondidos e respeitando as leis do conselho, os milagres acontecidos não passam de magia.

Aqueles que não respeitam as leis são caçados, presos e exilados para sempre da luz do solar. Eles vivem nas escuras em suas celas, pagando seus pecados até o último dia de suas vidas pacatas e solitárias.

Aqueles que não compreendem e passam dos limites são mortos. Suas vidas são tiradas pelo Último Caçador de Bruxas.

O Último Caçador de BruxasOnde histórias criam vida. Descubra agora