"Não tema o desconhecido,
Poi ele não teme
Você."Haviam me colocado de volta ao quarto, não tiraram minha camisa de força, mas não me prenderam na cama também, não me dosaram, apenas me levaram pro quarto e deixaram ali.
Caminhei ate a janela no qual ainda trancada refletia o sol, bati a cabeça na janela, mas não com tanta força para me machucar ou a quebrar, olhei para o patio, os idiotas la embaixo apenas caminhavam como se fossem zumbis, a garota ainda estava la sentada olhando para a árvore.
"O que uma árvore pode ter de tão legal?"
Fiquei ali a observando por um longo tempo, cantarolei entediada.
-Na quela época estavamos tão cansados...
Enquanto olhavamos aquelas estrelas no céu
Tão fora do alcance
Você, naquela época, não acreditava em galáxia
Mas eu ja vi, uma galáxia de prata
E foi colorido, foi tão cansativo
Porque eu corri em direção a luz sem fim.
Parei de cantar, irritada ao lembrar que era a música no qual minha avó cantava pra mim.
Bati a cabeça na janela novamente mas com mais força fazendo minha cabeça lateja e pude ver o vidro rachar.
-Otimo. -ri antes de bater a cabeça ali novamente e senti um líquido escorrer pelo meu rosto.
Sem me impotar bati novamente com mais força e bi o vidro se estraçalhar pelo chão, sorri sentindo tontura. Olhei para o chão e vi os vidros junto ao sangue. Caminhei sobre eles ignorando se os vidros cortavam meus pés. Olhei para o lado de fora e vi muitos dos outros pacientes olhando para mim enquanto os enfermeiros gritavam alguma coisa que eu não estava nem um pouco interessada.
Não podia me atirar dali... Tentei rasgar a camisa de força com os cacos do vidro ainda presos na janela, tendo varios cortes pelo braço finalmente havia conseguido.
Peguei um caco de vidro grande que estava no chão, nessa hora a porta do quarto foi aberta e três enfermeiros entraram e ficaram parados me olhando assustados quando apontei o pedaço de vidro para eles, um deles ainda tentou se aproximar e só parou quando levei o vidro ao meu pescoço. Os tres pareciam chocados com minha ação eles nunca vão perceber que eu só quero morrer?!
A tontura veio mais forte quase me desequilibrando e tentei voltar a mim antes que eles agissem mas ja tinha um deles vindo em minha direção, ele me agarrou me erguendo do chão, comecei a me espernear e tentar me soltar de seus braços ou me acertar, mas não estava conseguindo outro enfermeiro segurou meu pulso com o vidro e o outro agarrou minhas pernas os três me ironizando.
Tentei me contorcer, não facilitaria para eles. Ouvi o enfermeiro que segurava meu braço reclamar de dor quando o cortei mas ele não soltou meu braço, enfermeiras entraram no quarto com suas seringas em mãos, me contorci ainda mais, chutando com força, dando cabeçada no que me erguia mas isso só fazia minha tontura piorar.
Quando conseguiram injetar o calmante em mim me senti fraca e o efeito foi tão rapido que imaginei que haviam injetado a mais do que o normal. Eles tiraram o vidro de mim e me levaram para fora do quarto, passamos por varios pacientes curiosos no corredor e a vi ali, a garota de antes, ela parecia com tédio e não curiosa como os outros e por algum motivo me fez rir.
-Ei você.. -apontei para ela enquanto falava com a voz embargada.
-Você me conhece? -ela pareceu confusa inclinando sua cabeça um pouco.
Comecei a rir e me levaram para longe dali rapidamente, eu não lembro bem porque logo depois cai na escuridão de minhas pálpebras.
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agonia
RomanceSabe quando tudo que você tinha vai ralo a baixo? Há momentos bons e ruins e isso depende de nosso espirito e corpo e nossa resistência. Você aguentaria? aguentaria por mim?