A espera

O passado no presente

"Deus não consulta seu passado pra decidir o seu futuro."-Mike Murdock.

...

O que  preocupava a doce menina nesse instante não era o sol que que brilhava com toda a sua veemência , ou o doce cantarolar dos pássaros , mas os gritos de uma mãe desesperada . Um casal que estava unido legalmente , mas estavam separados há muito tempo :

-A culpa é toda sua!!!- inculpava a mãe.

- Minha?- perguntou dando curtas risadas sarcásticas- Sempre é minha não é mesmo ? Estamos no seu.mundinhp onde você decide quem é o inocente e o culpado, mas nesse juízo você acabou se tornando o réu de suas próprias atitudes.- Esbravejou cuspindo-lhe as palavras.

A garota largou os brinquedos e tampou os ouvidos com todo força que pode , não gostava de ouvir aquele tipo de discurssão , estavam em uma sala comum , de uma casa comum , mas com todo aquele discurso se via perante um tribunal, onde era obrigada a observar um fuzilar ao outro,
com palavras arremessadas de seus canhões.

-Pra mim chega!- declarou o pai, se rendendo aquela batalha que havia sido travado há tempos entre ambos .

-Nao saia andando enquanto eu  estiver falando porque ainda não terminei!-vociferou avançando dando passos apressados em sua direção , passos que levariam a sua própria condenação .

Ela por sua vez , não se detinha mesmo a garotinha  insistindo para ficar , poderia ter sido o fim de uma batalha , mas a mãe decidiu criar o seu próprio . A todo vapor prosseguiu até ele , arrancou uma faca do faqueiro em cima do balcão e enfiou nas costas do homem acompanhado de um agudo grito .
O homem não teve reação , apenas caiu no chão , como um saco de compras largado pela dona de casa, ele se esparramou pelo chão . Olhares  de desesperos parecia ser a única reação, junto com lágrimas desesperadas , ela sentia todo aquele desespero como se provesse dela mesmo, virou a cabeça  para o lado,
sentindo as lágrimas rolarem e se esparramarem no travesseiro, gemia como uma menininha desesperada , abriu os olhos quando percebeu que tudo não se passava de um sonho, nem havia percebido que sua cabeça havia parado no colo da mulher que estava lhe acalentando, a doce mulher olhava com um olhar doce e meigo , um olhar protetor :

- Porque é tão difícil esquecer o passado ?- sussurrou a menina  .

Um breve silêncio se fez , o que se podia ouvir era apenas os soluços que iam sumindo :

- Porque por mais que não queiramos... - quebrou  silêncio com sua voz doce - ele faz parte de quem um dia fomos .

E o breve diálogo encerrou-se ali , com uma menina desolada no colo de uma mulher que a amava  como se fosse do seu próprio sangue.

...

A noite se passou , mas as preocupações da noite anterior continuava a afligir Kaisse, tentar prosseguir era uma tarefa árdua e difícil , e muitos vezes ela se sentia sufocada pelos espinhos .
No dia seguinte , Kaisse foi acordada pelos raios de sol que escapavam pelas brechas da cortina , incomodada com toda aquela claridade se levantou ,e, logo sentiu um pontada de dor em sua testa , resultado da noite de ontem, pensou consigo . Desceu da cama e logo pela escada , tendo em mente que haveria aula . Levou um susto quando Amélie adentrou o quarto batendo uma colher de madeira numa frigideira fazendo um alto barulho , que logo despertou a todas as outras garotas.