SAIA DAQUI, IDIOTA

205 18 0
                                    

﹊﹊﹊﹊﹊﹊🌧﹊﹊﹊﹊﹊﹊

Acordou assustada, sua cabeça doía horrores. Yihwa tinha os cabelos desgrenhados como um ninho. Sentou-se na cama sentindo a mesma rodar ao ponto de fazê-la apertar os olhos fechados e segurar o enjoo ao tapar a boca com a mão. — Droga! — Não se lembrava de muita coisa da noite anterior, a não ser de beber com Korn... que por sinal, não sabia onde estava.

Levantou se enroscando nos lençóis ao fazê-lo, mas se livrando deles após uma curta briga. Esfregou o rosto, resmungando mais uma vez da dor ao sair do quarto atrás de Korn. Quando o encontrou deitado em seu sofá e junto de várias garrafas de cerveja, só teve certeza de que ele acordaria ainda pior.

Não o acordou ainda, apenas o olhou por alguns segundos, parecia tão sereno quando dormia que sequer teve coragem de mexer consigo. Seguiu para o banheiro, se assustando ao encarar-se no espelho. — O QUE?! — Cobriu a boca rapidamente ao lembrar-se de Korn dormindo na sala.

Encarou-se por alguns instantes, estava realmente terrível. Não se lembrava de ter ficado tão mal como aparentava estar. Lavou o rosto com água fria, antes de tomar em mãos a escova de dentes. — Lembre-se de nunca beber assim na frente das pessoas. — Murmurou para si, como um auto sermão.

Estava escovando os dentes com a destra, enquanto sua canhota arrastava uma escova por seus cabelos. A mesma sequer queria deslizar por aquele ninho, fazendo-a exercer uma força a mais que o habitual. — Mas que... — Resmungou com a escova ainda na boca, aproximando o rosto do espelho para ver onde aquela escova de cabelo havia agarrado. — Preciso soltar... — Encarar-se tão de perto parecia lhe trazer flashes da noite passada.

Ficou zonza por um instante, precisando se segurar junto à pia quando a visão de Korn lhe surgiu na cabeça. De olhos arregalados, escova de dentes na boca e escova presa nos cabelos, gritou. — OH, MEU DEUS! — Estava chocada, tão chocada que sequer queria processar aquelas imagens que se repetiam em sua mente, pareciam em câmera lenta. — Eu... — Murmurou incoerente, a respiração pesada e intensa. — Eu beijei... eu... beijei o... Korn?!

Naquele mesmo instante, a figura masculina de seu amigo surgiu na porta do banheiro, que estava aberta. — Por que você tem que gritar tão alto logo cedo? — O rapaz murmurou ao apoiar-se junto à soleira, bocejando.

— SAI DAQUI! — Empurrou a porta na cara de Korn sem pensar duas vezes. Só queria se livrar de encarar sua cara e lembrar que... — Merda, Yihwa!

[...]

Tentava ajeitar a camisa social mal arrumada pela correria da manhã. O grande prédio já estava lotado de pessoas e, ainda assim, terminava de abotoar os botões dos pulsos de sua camisa. — Droga. — Suspirou frustrado por não conseguir abotoar com a mão esquerda.

— Precisa de ajuda? — Ouviu aquela voz lhe sussurrar por trás, perto da orelha, surpreendendo-se com o rapaz que lhe sorriu como se divertisse. — Vem cá. — Niran puxou o braço de Knock, alcançando o botão que até então ele lutava.

Knock se mantinha em silêncio, parecia desconfortável ao julgar a forma com que desviava os olhos do garoto. — Obrigado. — Murmurou ao puxar o braço de volta, vendo o outro apenas concordar ao balançar a cabeça. — Desculpe sair antes, eu precisava ir a um lugar. — Explicou, mas na realidade só queria não ter que falar sobre o incidente do dia anterior.

— Você nem tomou café da manhã. Eu comprei mingau. — Admitiu parecendo desconcertado. Niran então estendeu-lhe uma pequena sacola, a qual deixou na mão de Knock. — Então eu trouxe o seu. — Seu sorriso era quase vitorioso diante da face surpresa de Knock.

Encarou a sacola com o mingau nas mãos enquanto apertava os lábios em uma linha fina. Ele era um bom rapaz, mas conseguia deixá-lo sem jeito facilmente graças à sua personalidade desinibida e atrevida. — Não precisava se incomodar, mas obrigado.

TOGETHER WITH ME: Take your time, but stayOnde histórias criam vida. Descubra agora