RATA DE ESGOTO

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Os olhos de Niran queimavam em fúria. Seu lábio cortado e o nariz levemente avermelhado pelos hematomas que surgiam, deixavam-no sem reação, assim como o encolher do corpo quando a dor aguda se pronunciava. — Como você... — Ele tentou em meio a um resmungar de dor. Seus olhos arregalados eram ameaçadores ainda que estivesse no chão.

— É nessa hora que você desiste. — Yihwa comentou com desdém, a garota ainda se mantinha próxima de Cho ali na entrada da pequena sala.

— Vocês não sabem de nada! — Gritou o garoto machucado. — Eu posso ser muito mais compreensivo com Knock. Eu o entendo e... — Ele hesitou ao rir frouxo. — Eu o amo mais. — Completou ao encarar Knock que até então se encontrava sem reação ao presenciar toda aquela cena.

— Que tipo de amor doentio faz com que o outro se separe daquele que realmente ama? — Cho acusou ao lhe apontar o dedo. — Se você ama de verdade, você entende as escolhas do outro. — Ele engoliu com dificuldade ao dar uma olhadela para Yihwa. — Mesmo que essas escolhas digam que vocês não podem caminhar juntos como um casal.

Naquele momento foi Yihwa que se movimentou desconcertada. Cho sempre parecia dizer aquilo que mais mexia com o seu psicológico, com o seu íntimo. — Tira esse garoto daqui, Cho. — A garota praticamente gritou.

Só então Knock se moveu balançando a cabeça confuso. — Eu ainda não acredito que você armou tudo isso para me separar do Korn... — Seu rosto era triste, em um misto de vergonha e incredulidade. — Eu confiei em você... — Respirou fundo, se perdendo nas próprias palavras.

Antes que Knock conseguisse retomar sua fala, Korn acabou com aquela pequena distância que os mantinha longe. Seus olhos haviam se mantido na face de Knock todo o tempo, como se absorvesse toda aquela situação.

Foi aí que seu corpo agiu impulsivamente ao tomar o rosto de Knock nas mãos grandes, enquanto seus lábios tomaram aquela boca que tanto lhe fazia falta. Havia esquecido até mesmo dos amigos ali atrás, ou de Niran no chão da pequena sala, só queria tomar o que era seu, o que sempre foi seu e sempre seria.

Knock não lutou contra, ao contrário disso, ele o envolveu pelo pescoço, maltratando a pele exposta com seu toque firme. As bocas se moviam e se provavam sem restrições, com desejo e toda a vontade reprimida dos últimos dias separados.

O queixo caído de seus amigos ao presenciarem a cena era cômico. Seus olhos arregalados e sorrisos satisfeitos que agora lhes tomavam a face, eram um sinal de batalha vencida.

— Então... — Yihwa começou ao pigarrear. — A gente vai levar o lixo para fora agora. — Murmurou alto, mesmo sem ter certeza se eles prestaram atenção, já que pareciam estar em seu próprio mundo. — Se comam com responsabilidade. — Brincou cobrindo o riso com uma das mãos.

Niran não conseguia dizer nada, ele apenas os olhava com inveja, tristeza e raiva. O garoto ergueu-se do chão pronto para avançar contra o casal, quando Cho o segurou pelo colarinho da camisa amassada. — Não ouviu a garota? O lixo fica lá fora. Arrastou-o por ali mesmo, até as escadas e pelos corredores que os levaram para fora do apartamento. Atrás de si Yihwa só teve tempo de fechar a porta lentamente para não incomodar o casal. Só então acompanhou os outros até o lado de fora.

— Ele ainda vai ficar comigo. — Resmungou o garoto machucado durante o caminho. — Vocês vão se arrepender, Korn vai se arrepender. — Ameaçou Niran ao se soltar do aperto de Cho.

— Já não foi humilhação o suficiente? — A garota tratou de provocá-lo e ele imediatamente avançou para acertá-la com um soco, soco esse que foi impedido por Cho que surgiu diante de Yihwa ao pará-lo com uma única mão.

TOGETHER WITH ME: Take your time, but stayOnde histórias criam vida. Descubra agora