KNOCK É MEU

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Estava aos pedaços, a pequena aliança em suas mãos parecia significar muito mais que um fim de relacionamento, significava o fim de Korn, mas não queria o fim, nunca quis. Só precisava de um tempo para colocar a cabeça em ordem, lembrar-se do que havia feito e se responsabilizar por isso de verdade. Nunca quis realmente magoar Korn.

Apertou a pequena peça junto aos dedos trêmulos e chorou. Com a mão fechada sobre o peito Knock chorou, como nunca havia chorado antes, tanto que as lágrimas mancharam sua camisa. Não havia como descobrir o que tinha acontecido de verdade e sequer sabia se teria coragem o suficiente para descobrir.

— Se você não sair, eu vou. — Korn murmurou ao sair da própria casa. Queria apenas ir a algum lugar que pudesse esquecer, de tudo, inclusive do homem que esmagadoramente o torturava. Só queria se afundar no álcool para não ter que lembrar de suas palavras, não se lembrar de nada, principalmente do sabor dos lábios macios de Knock.

Não olhou para trás, não olharia.

[...]

— Quando você vai ser sincera consigo mesma e comigo, Yihwa? — Perguntou ao puxar uma das cadeiras vazias ao lado da garota para se sentar confortavelmente.

Ela parecia engasgada, pela primeira vez em um tempo, não a via sem fala, sem reação. Pior do que estar de frente a Yihwa, era a vontade esmagadora de tê-la nos braços. Ainda não tinha certeza se era o único a manter aqueles sentimentos, mas ainda lhe restava esperança.

Cho segurava as mãos pequenas e delicadas junto das suas, o olhar vago sobre seu rosto parecia carregar muito mais do que realmente sabia e isso de alguma forma o preocupava.

— Se você ainda me ama, nós podemos recomeçar. — Explicou calmamente, os dedos afagando as costas daquela mão, enquanto os olhos se mantinham fixos nos brilhantes daquela garota.

— Eu não tenho nada a dizer sobre isso, Cho. — Murmurou baixo, no mesmo instante em que lhe afastava as mãos. Yihwa alcançou a bebida sobre a mesa, virando o resto do conteúdo de sua garrafa.

Diferente do que esperava, Cho não desistiu. Ele se aproximou ainda mais, apoiando as mãos ao lado da cadeira, onde sentava. — Eu estou cansado de fugir. — Explicou ao suspirar pesaroso. — Eu não quero saber, também não me importa seus motivos. Isso tudo é passado e eu quero pensar apenas no nosso futuro. — O olhar da garota pareceu ainda mais surpreso diante de suas palavras, como se aquilo a ferisse profundamente. — O meu futuro é com você, porque eu te amo.

E foi ali que todas as máscaras de Yihwa caíram, tanto que ela sentiu o marejar de seus olhos. Não podia derramar lágrimas diante daquele garoto estupido e não iria. Quando menos esperou, aquele garoto se aproximou para encará-la bem de frente, onde seus olhos conseguiam captar toda a essência de sua alma.

Ele pareceu notar os olhos marejados, já que alcançou seu rosto e o acariciou por baixo deles, onde as lágrimas deveriam escorrer sinceras. — Por que está fazendo isso com a gente? Com você? — Cho quase suplicava por uma explicação, os dedos que antes tocavam abaixo dos olhos, agora acariciava a bochecha rosada.

Yihwa se rendia ao fechar os olhos para respirar fundo. A inalação levando um perfume amadeirado já conhecido, junto a fumaça e um cheiro cítrico do lugar.

— Yihwa... — Ele chamou mais uma vez, desta vez se aproximando da face serena daquela mulher que mexia consigo. Ela não o afastou, ao contrário, deixou aquele lento aproximar levá-la ao passado, onde os lábios de Cho eram os únicos que desejava.

TOGETHER WITH ME: Take your time, but stayOnde histórias criam vida. Descubra agora