Capítulo 3

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Grigory foi lançado de volta no umbral com tanta violência que sentiu o choque com a rocha escura e úmida. Acordou nu no meio de uma escaramuça entre criminosos que tentavam intimidar alguns recém-chegados.

Foi reconhecido por um dos homens que estavam atacando os recém-chegados

— Grigory o que faz aqui, você não tinha ido lá para cima? — quis saber o homem calvo com dentes pontiagudos e uma imensa suástica tatuada em sua nuca.

— Estou exausto 17, por favor, me leve até o chefe — Temos um traidor lá em cima nos caçando — fala Grigory amparado por 17 e outro sujeito que ele não conhecia, mas devia ser novo no umbral.

Markus olhou para o céu o onde uma tempestade de raios iluminava fracamente o vale mais abaixo. O ar era quente e úmido e as únicas cores por ali eram o preto e o cinza.

Tropeçou em algumas rochas pontiagudas e acabou ferindo os pés. Algumas pessoas passaram por eles completamente perdidas e desesperadas.

—O que se passa por aqui 17? —indaga Marckus curioso com tamanha movimentação no vale.

—Não para mais de chegar gente no vale. Estamos tendo dificuldade para ensinar as regras por aqui —responde 17 esforçando-se para carregar Markus.

Atravessaram o vale sombrio com muita dificuldade. Algumas pessoas se aconchegavam em volta de uma espécie de altar construído com algumas rochas empilhadas de forma tosca. Ao verem o homem sendo carregado, no entanto, interromperam seu ritual religioso olhando curiosos para os três.

—Estão olhando o que? —grita 17 amaldiçoando os espectadores.

Vestido como um rei africano 1539 já os aguardava.

Tremendo de medo Markus parou em frente ao seu líder amparado por 17 e pelo outro homem.

— O que houve Grigory, por que já está de volta? — indaga 1539 bastante irritado. Sua pele muito clara e os grandes olhos azuis transmitiam a perversidade de uma fera.

— Um traidor lá em cima me matou, meu senhor — respondeu Grigory ficando de joelhos.

— Quem é esse porco? — quis saber 1539 enquanto pensava no que fazer com Grigory.

— Grawitz, meu senhor.

— Já ouvi falar muito dele— Como ele pegou você seu estupido?

— Minha família me denunciou. Eu fiquei confuso, meu senhor.

— Sei — fala 1539 levantando-se Grigory Markus por uma das orelhas — fala a verdade ou vai para o pântano — completa 1539 levantando Markus até que seus pés deixam de tocar chão.

— Eu tentei matar aqueles desgraçados— O homem tentou fazer sexo comigo.

— Chega seu idiota — inicia 1539 soltando a orelha de Markus que despenca no chão. — Dezessete jogue esse imbecil no pântano e deixe ele lá — ordena 1539 dando as costas para o infeliz.

— Por favor, meu senhor, me de outra chance.

— Sem chances.

Dezessete e outros dois carregaram Grigory até o pântano arremessando-o lá de um penhasco. Seus gritos puderam ser ouvidos por todo o vale à medida que era agarrado e puxado para baixo pelas criaturas sombrias que habitavam o pântano.

— Ninguém mais vai subir até que coloquemos as mãos nos traidores — iniciou 1539 para uma multidão de condenados que se aglomerou próximo ao pântano — Não quero que nenhum de vocês volte à superfície, pelo menos não até que consigamos dominar o mundo lá de cima — Não quero que outro idiota como Markus estrague os nossos planos.

ANTES QUE SEJA ETERNOOnde histórias criam vida. Descubra agora