Falling Blossoms

Capítulo 6

Puxando o cobertor e repousando-o sobre o corpo adormecido de qualquer maneira, Hashirama sorriu ao admirar o rosto tão bonito de seu namorado. Madara havia caído no sono quase instantaneamente, mesmo tendo cochilado a viagem inteira. Ok, não que ela fosse muito grande, mas ainda assim.

Era esperado, de qualquer maneira. Na verdade, era um dos propósitos daquela viagem. Terminando de cobrir o corpo recém banhado, certificou-se de que o menor estivesse o mais aquecido possível, e então voltou para o sofá do outro lado do cômodo.

Eles haviam ido para um hotel com termas, e Hashirama reservara um dos melhores quartos privativos. O quarto por si só era grande, o banheiro esplêndido, com ofurô e jogo de luzes. Na varanda pessoal, um lindo jardim adornava a piscina termal que jazia no meio.

A grama e as pedras, além de umas árvores medianas e um grande muro de madeira formavam o pequeno paraíso que o dinheiro conseguia comprar.

Puxou sua mala, trazendo-a para o meio das pernas, abrindo-a e buscando um de seus livros. Trouxe três opções, e escolheu um que estava próximo de terminar. Quando o puxou, a sacola de veludo preta pareceu salta e ele olhou para Madara pelo canto do olho, certificando-se que o moreno dormia.

Quando confirmou, abriu a mesma, sentindo a textura do veludo agora da pequena caixa. Mordendo os lábios, escondeu-a outra vez, agora melhor, dentro de um dos casacos soltos na mala.

Voltando a se acomodar no encosto macio, Hashirama abriu o livro, mas após alguns segundos sua mente perdera a atenção nas letras e sua mente encheu-se de nostalgia.

Hashirama definitivamente havia tomado a decisão certa.

Ele e Madara estavam juntos há quatro anos inteiros, completados hoje — razão número um da viagem.

O segundo motivo era fugir da vida na cidade. Madara estava fazendo terapia desde que reataram, e reviver os traumas e entendê-los havia sido uma atitude nobre do mais velho, além de ótimo para os dois como casal. Ele continuava lecionando na faculdade, mas agora, há aproximadamente seis meses, ele vinha trabalhando no seu mais novo original. Após muitas crises e choros, ele finalmente engatara, e essa última semana havia sido especialmente pesada pra o Uchiha, com muitas coisas a serem resolvidas.

Já para Hashirama, ele precisava fugir porque havia um ano que seu próprio negócio estava aberto e gestá-lo sozinho realmente não era uma tarefa fácil.

Após três anos ao lado de Tobirama e seus pais, Hashirama absorveu tudo que podia, tanto na parte prática, quanto na teórica: formou-se em gestão empresarial.

Em algum momento desses três anos, ele e Madara haviam ido morar juntos. Alugaram uma casa próxima da faculdade onde o mais velho trabalhava, e próxima da que Hashirama estudava, facilitando assim a vida dos dois. Sua casa era linda: com um belo jardim, estruturas de madeira, e agora, além dos três gatos de Hashirama eles também tinham um filhote de cachorro — eles estavam sendo cuidados por Tobirama, a fim de que a viagem ocorresse. O albino sequer reclamou, o que confirmava à ao moreno que ele secretamente adorava passar tempo com os peludos.

Então, após muito pensar, Hashirama finalmente se encontrou. Ele conseguiu superar o caminho tortuoso que foi a crise de identidade, e uniu seu novo gosto: gerenciar, com o amor à literatura que Madara lhe ensinara.

Abriu uma pequena livraria no centro da cidade, numa rua bem movimentada, onde o aluguel, apesar de um pouco pesado, conseguia se manter por conta da freguesia.

Seu negócio tinha um ano, e esse ano não havia sido fácil. Mas Hashirama amava-o e tinha certeza de que prosperaria cada dia mais. Ele tinha Madara ao seu lado, lhe apoiando e lhe amando, agora sem medo e sem amarras.