Capítulo 3

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Com a chegada do outono, tudo que Hashirama conseguia pensar era no frio que aumentaria consideravelmente com o passar dos dias, e na beleza que seriam as flores das árvores de agora em diante. Das ruas já era possível ver as manchas rosadas há metros de distância, e o campus, um dos seus lugares favoritos no momento, era enfeitado com um caminho delas.

Hashirama sentia-se caminhando sob um arco rosado de tranquilidade interna conforme traçava o caminho da entrada da faculdade até o prédio em que tinha suas aulas. O cheiro suave da planta também vinha com o vento gélido, plantando e alimentando aquele sentimento gostoso a cada passo que dava.

Ao passar pela entrada do prédio, deu de cara com metade de sua turma em frente ao quadro de avisos. Os muitos papéis pendurados ali informavam tudo que todos queriam desesperadamente saber: quem passou, ou quem pegou alguma cadeira extra, e quem precisará repetir alguma prova.

Esperando pacientemente um pouco de espaço se abrir, caminhou até lá, procurando seu nome e rapidamente o encontrando, notando que suas férias, de fato, haviam começado.

Afastando-se da pequena multidão, encarou as escadas. Mordendo os lábios em puro nervosismo e apertando o pequeno pote de planta que tinha nas mãos, Hashirama deu o primeiro passo, subindo degrau por degrau, Madara estava lá em cima, na sua sala de sempre, ocupado, inacessível...

Chegando lá, bem no final do corredor do segundo andar, era onde ficava a sala de Literatura, e como havia imaginado, Madara Uchiha estava sentado na mesa de sempre, lendo muitos dos textos que passavam por sua mesa. O moreno hoje vestia uma calça jeans escura e uma camiseta. Os cabelos estavam presos no alto da cabeça em um coque bagunçado, e os óculos no seu rosto eram do tipo fino, quase transparente.

Hashirama sorriu ao notar que ele conseguia ser casual também, o que reforçava a ideia de que ele não aparentava ter mais de quarenta anos. Suspirando, bateu na porta, não recebendo nada mais de um "entre" baixo do Uchiha que seguia prestando atenção em cada uma das letras que continha o papel sob seus dedos.

Parando em frente a mesa, esticou os braços, colocando a suculenta pequena e clara em cima do espaço vago que havia entra a garrafa de água e o estojo. Quando o fez, Madara finalmente encarou a planta, erguendo o queixo em seguida, encarando o rosto sorridente de Hashirama.

— Trouxe um presente para você.

Madara empertigou a coluna, removendo os óculos e arqueando uma das sobrancelhas.

— O que você espera que eu faça com isso?

— Que você não se esqueça de mim! — Hashirama se inclinou, aproveitando da aproximação para apreciar o aroma do perfume do menor. — Ela gosta de sol, não se esqueça disso!

Retomando para a distância normal, Hashirama se despediu:

— Tenha boas férias, professor.

O moreno virou de costas, ignorando por completo o "eu vou matar essa coitada", seguindo para o local de encontro que marcara com Tobirama, que também havia passado naquele semestre sem dificuldade.

Os dois irmãos entraram no trem, indo para casa, onde passariam o próximo mês ajudando a família. No entanto, Hashirama não conseguia evitar a sensação de que durante aquele tempo longe Madara eventualmente escaparia pelos seus dedos.

***

Ouviu Tobirama lhe chamar, e foi obrigado a remover sua atenção do delicioso pão doce que estava na vitrina para encarar o rosto sorridente do irmão mais novo, cujos cabelos brancos estavam bagunçados por conta do vento forte.

Falling BlossomsOnde histórias criam vida. Descubra agora