Conto - Romance NOVA ESPÉCIE
(CONCLUÍDO)
...
- Você não vai embora outra vez não é? Não vai me deixar - e somente o pensamento de que ele partiria novamente me fez sentir um aperto no coração.
- Não meu anjo, ficaremos juntos se esse for o seu de...
Quando livres, eu e meus irmãos de espécie nos separamos, cada um seguiria seu destino.
Eu vaguei por dias floresta a dentro, sobrevivendo com o que a mãe natureza me oferecia. E esta foi bondosa comigo.
Depois de tanto tempo vagando eu vi, uma cabana abandonada no meio de uma floresta em algum lugar do mundo. Ela não estava tão velha, com esforço e cuidado para arrumar a mesma, ela ficaria novinha e seria uma boa moradia pra mim.
E foi o eu fiz.
Tornei aquela cabana meu lar. Eu me alimentava de frutas e peixes de um rio que ficava perto daqui. Não era difícil viver ali. E eu me sentia livre ao correr por entre aquelas árvores.
E foi em uma dessas corridas que eu decidi explorar o território um pouco mais longe.
Eu estava passando por entre as árvores quando eu vi que existia uma parede um tanto alta, onde terminava a floresta. Curioso resolvi me aproximar.
E qual não foi a minha surpresa ao escutar um baixo soluço vindo dali.
Escalei usando os buracos na parede e então eu pude a ver.
Neste dia eu conheci a coisinha mais linda e delicada que já vi.
Ela era branquinha como leite com cabelos loiros claros. Era linda como um anjo.
Mas estava chorando.
Estava encolhida em cima de um colchão como se aquela posição pudesse arrancar a dor que sentia, pudesse conforta-la ou talvez tira-la daquele mundo pelo menos por alguns segundos.
E naquele momento eu só queria arrancar a sua dor, a embalar em meus braços enquanto fazia carinhos em seus cabelos e sussuva que tudo ia ficar bem. Que eu a faria ficar bem.
Porque era ela, a mulher pela qual eu esperei a minha vida inteira, aquela que faria de seu ventre a moradia dos nossos filhos por meses.
E ao pensar nela redondinha carregando meus filhotes, um sentimento de amor e possessividade explode em meu peito.
- Minha - o baixo e grave rosnado possessivo, do meu lado animal, escapa dos meus lábios, ao sentir seu doce aroma de flores, de lírios.
Vocé é um monstro.
A imagem daquele ser vem a minha mente. E por um momento me vejo com medo.
E se ela sentir medo de mim? E se ela sentir repulsa? Só este pensamento me faz sentir um aperto no peito, afinal a verdade, é que eu sou um monstro.
Mas não deixarei meu anjo sofrer. A consolarei em seu sono para que não me veja, e para que talvez possa se sentir confortada de alguma maneira.
Eu não sinto cheiro de sangue, então não está ferida. Minha aposta é que a dor é emocional, talvez ela tenha perdido alguém especial.
Mas eu irei vir por ela e lhe darei carinho, a farei se sentir melhor sem que saiba da minha presença.
E foi isso o que fiz toda vez que ela adormecia de madrugada.
Até que um dia, por um descuido meu, ela acordou e me viu.
......
Ps: Você pode escolher imaginar os personagens como preferir ou pode escolher as imagens (de como eu os imagino) que irei colocar nos finais dos capítulos. Fica a seu critério.
》Sr. Estranho
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