Capítulo Onze

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LILY

Depois do horário do almoço e da correria no restaurante decidi que no meu tempo livre passaria no cemitério. Visitaria o túmulo de mamãe.

E assim eu fiz.

Pegando algumas flores do campo aberto que fica ao lado do cemitério. Eu me aproximo do túmulo, e troco as flores que se encontravam em um jarrinho ali, como sempre faço quando venho aqui todos os meses.

- Olá mamãe, sou eu de novo. Acontenceu muitas coisas desde a última vez que vim aqui - um pequeno sorriso surge em minha boca.

- Lembra quando a senhora me falou que um dia eu iria encontrar alguém especial e que o reconheceria como sendo aquele amaria perdidamente, no mesmo instante em que eu olhasse dentro de seus olhos?

Pergunto como se fosse receber alguma reposta.

- Acontece que eu o conheci.
Bom... tecnicamente eu conheci, mas não sei o seu nome então o chamo de Senhor Estranho - sorrio - é confuso eu sei.

Mas então me lembro de que talvez nunca mais eu volte a vê-lo, e sinto um aperto no peito.

- Talvez eu não devesse ter aberto meus olhos mamãe - desvio meu olhar pro chão - a dúvida sobre minha sanidade mental seria mil vezes melhor do que não senti-lo mais todas as noites comigo.

Uma lágrima tão solitária e vazia quanto eu, desceu por minha bochecha, e agora se encontra no chão.

- É tão ruim, sentir tanta falta assim de um estranho que até onde eu sei, poderei muito bem fazer algum mal contra mim?

Pergunto ao olhar pra sua imagem sorridente que me olha com o mesmo olhar de amor de sempre.

Mas no fundo, de alguma forma eu sei, que ele, jamais, seria capaz de me machucar.

- Ele foi gentil mamãe, em cada toque seu, em cada palavra proferida em forma de susurro.

Sorrindo como uma boba eu confirmo.

- É. Eu estou apaixonada mamãe.

::::::

E depois de passar mais um tempo ali falando, olhei as horas e percebi que já deveria voltar.

Na volta para o restaurente eu comprei e tomei uma vitamina de goiaba, pois não estava com fome.

E assim que cheguei fui ajudar outros funcionários secando a louça.

::::::

Depois do último cliente sair, decido que é hora de pedir demissão, mesmo que o dinheiro que juntei não dê pra me manter por muito tempo como pretendo, ainda tenho uma grande quantia em dinheiro que em uma carta mamãe me deixou.

As vezes acho que ela sentia os sistomas do problema na cabeça, mas nunca me contava. Talvez ela soubesse que sua hora estava próxima, pois, nos seu últimos meses ficamos ainda mais grudadas.

Tirando o olhar perdido que se encontra no meu rosto ao assistir mãe e filha passarem em frente ao restaurente, me levanto decidida e bato na porta da sala do meu chefe.

::::::

E quando ao pegar minha carta de demissão ele pediu um abraço de despedida. Eu pensei:

Que mal há em um abraço?

Mas ele me aperta demais e tenta me apalpar, por sorte me desvencilho dele rapidamente e vou embora antes que eu fosse presa por bater ou matar esse idiota.

Percebi que já estava mais do que na hora de pedir as contas.

Any 🦋

Meu Sr. EstranhoOnde histórias criam vida. Descubra agora