Caramel | day 14 clothing swap

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Como de costume, Katsuki acordou antes do despertador. Ele não era o tipo de pessoa que gostava de enrolar na cama, então apenas levantou-se e confirmou o horário no celular, satisfeito por acordar apenas alguns minutos antes do programado.

Afastou as cortinas permitindo que a luz da manhã colorisse o dormitório de tons acinzentados e abriu o vidro da sacada, inalando com prazer o frescor que a natureza oferecia antes do sol nascer.

Bakugou já possuía o roteiro do dia, aproveitando para alongar-se e logo ir para o banho, pronto para mais um dia de aula na U.A.. Raramente algo saia de seu controle, até que ao colocar o uniforme, sentiu-se estranho.

Olhou-se no espelho e não havia nada de diferente, mas algo estava fora do padrão e ele não conseguia identificar o que era, se estava apenas implicando com as roupas aquele dia ou se apenas acordou de cú virado.

— Que cacete... — murmurou para si, girando o corpo para os lados, apenas para observar se realmente não havia nada de esquisito no uniforme. Os instintos gritavam algum tipo de mensagem subliminar de que algo estava completamente errado, em contrapartida com o reflexo de sua imagem dentro dos padrões "Bakugou" de moda.

As roupas estavam limpas, bem passadas, apenas um pouco maiores do que o tamanho correto para seu corpo. Apesar que, as calças eram muito desajustadas, sustentadas apenas pelo aperto do cinto, lutando contra a gravidade de escapar pelas pernas.

Katsuki estava acostumado a vestir roupas mais largas e confortáveis (sem falar da proeminência do preto), apenas para provocar os pais que trabalhavam na indústria de moda. E também, não seria pego desprevenido por roupas justas e que limitavam os movimentos de seu corpo, caso tivesse que lutar.

Depois de minutos encarando-se, optou por deixar aquele assunto de lado e ir tomar café da manhã.

O loiro desceu as escadas e encontrou o bicolor na cozinha, fervendo água para o chá.

— Bom dia, Bakugou.

— Não sei o que há de bom ao ver sua cara pela manhã, pavê. — Ele caminhou até o lado de Shouto, empurrando-o com o ombro para a lateral, para acessar o armário das canecas. — Mas bom dia para você.

— Oh. — Os olhos de duas cores apresentaram segundos de emoção, antes de acomodar-se na típica expressão de neutralidade. O colega nunca havia lhe dado uma saudação matinal, e mesmo que aquela não fosse a mais educada, foi a mais próxima de todas. — Você me deu bom dia.

Bakugou quase sentiu-se comovido com o brilho no olhar de Todoroki, mas não baixaria a guarda para seu rival, se é que aquilo ainda existia entre eles. Ele aproximou-se para falar alguma coisa, mas parou assim que sentiu o perfume do outro, muito parecido com o dele.

O loiro inclinou-se para frente, o que deixou Shouto desconcertado com a súbita aproximação, deixando o envelope de chá deslizar por entre os dedos e cair no chão.

— O que você está fazendo? — As bochechas do bicolor esquentaram, como se a peculiaridade de fogo estivesse ativada sem seu controle.

— Você está com o mesmo perfume que eu...

Ali estava o erro daquela manhã!

Bakugou deu um passo para trás e farejou o próprio blazer, sendo agraciado pelo perfume floral e inebriante das roupas do meio a meio. Os dois provavelmente haviam trocando os casacos no vestiário, e como Shouto era ligeiramente maior, não houve nenhuma diferença nos tamanhos, já que Katsuki gostava de roupas mais confortáveis.

— O mesmo perfume? — Ele fungou o tecido das roupas algumas vezes e olhou para o outro, ainda confuso. — A fragrância que uso é doce, essa roupa também é doce, tipo caramelo.

O comentário deixou-o desconcertado, a ponto de afastar-se mais do bicolor. Bakugou apoiou a mão sobre a boca, apenas para disfarçar a vergonha que o atingiu como um soco no estômago e que coloriu as bochechas de vermelho.

Um detalhe pouco conhecido de sua peculiaridade explosiva, era que nitroglicerina possuía cheiro doce, como açúcar queimado — como a caramelo.

A afirmação apenas concluiu que os dois estavam com as roupas trocadas, o que foi muito frustrante, já que Shouto começou a cheirar a roupa no corpo, inebriado com a doçura do tecido.

— Não lembrava que meu perfume era tão bom. — O aroma era viciante, a ponto de deixá-lo com vontade de comer doces pela manhã.

— Todoroki. — O loiro agachou-se e juntou o saquinho do chão, deixando-o sobre a bancada, forçando a mudança de assunto. — Não deixe suas merdas pelo chão, porra!

Katsuki girou nos calcanhares e seguiu para a sala comunal, desistindo do café da manhã e de olhar para Shouto deliciar-se com seu cheiro natural. Talvez ele pudesse aguentar mais um ou dois dias com a troca de roupas, pois o cheiro de flores também era fodidamente viciante.

Caramel • bnha | tdbk | todobakuOnde histórias criam vida. Descubra agora