Fuja Comigo! •Baekhyun Fic• |Pausada|

Capítulo Seis

ENTRE LACUNAS NAS MEMORIAS E O DEPOIS DO ACONTECIMENTO DESASTROSO. 

Acordo e tento me mexer. Sinto-me presa entre braços e pernas, abro os olhos e sinto tudo parar. O rosto de Baek estava à centímetros do meu, sentia sua respiração bater contra o meu rosto enquanto meu coração dava cambalhotas dentro de mim.

Se anjos dormissem, seria essa visão que proporcionaria a todos que tivessem a sorte de ver de pertinho e em cores.

Raios de sol clareiam o lugar que estamos e ao mesmo tempo destaca os tons acinzentados dos cabelos tingidos e bagunçados dele, seus olhos estão fechados completando a feição serena e genuína que ele tem enquanto dorme.

Fico sem ar, ele dormindo parece um anjo.

Na verdade, eu só constatei que ele era um anjo quando entrava nos palcos e fechava os olhos nas suas partes onde o vocal necessitava de um timbre e a permanência prolongada de sua voz, com mais intensidade e precisava de todo o seu folego. Só que agora, era a prova que realmente ele é totalmente um anjo, até dormindo.

Tão angelical e vulnerável... Quero deixá-lo quietinho onde está, do jeito que está enquanto tento protegê-lo do mundo.

Meus braços estavam a sua volta, uma pousada na sua cintura enquanto a outra estava escondida por baixo do travesseiro que ele repousava sua cabeça; sua posição com os braços era em um abraço protetor e firme. Minhas pernas estavam no meio das deles, mas mesmo com as minhas sutis tentativas de desembrulharem, ele conseguia me prender ainda mais, não deixando que eu me mexesse.

Solto um longo suspiro. Como paramos e dormimos desse jeito? Como ele conseguia fazer essas sensações de proteção e conforto me envolverem? Estávamos no chão! Mas parecia o melhor lugar do mundo...

"Tão geladinho... Vem dormir." Um flash de memória passa pela minha cabeça junto com uma onda de dor, ao me recordar de algumas palavras trocadas, antes de ser arrebatada para o mundo dos sonhos.

Gemo de dor enquanto me encolho com essa sensação horrível de estar mais que destruída. Sinto-o me envolver mais com os seus braços, me deixando mais presa a ele. Eu sinto a textura da sua pele em uma das minhas mãos quando tento repeli-lo, mas na minha cabeça vem logo o alerta que não deveria estar tendo essa sensação contra a palma da minha mão; como também não deveria estar sentindo a ventilação nas minhas pernas e nem o grosso do tecido da calça jeans dele.

Meu desespero começar a bater fortemente e com um rompante tento me mexer para sair da armadilha que seus braços e pernas me colocaram, mas Baekhyun me prende mais. Quando mexo uma das minhas pernas ele geme baixinho, afasto o que posso e inclino minha cabeça pra para olhá-lo.

– Baek, você está acordado? – sussurro com um fio de voz, mas minha cabeça começa a doer em grau cada vez maior a cada palavra proferida.

Ele suspira pesadamente e abre os olhos só um pouquinho, o tanto que precisa para conseguir me enxergar de volta, mas logo fecha de novo, espremendo-os pela dor de cabeça que também deveria estar sentindo.

– Não. – Responde de volta, me apertando mais contra o seu corpo.

– Me solta, Baekhyun. – peço com firmeza, mas sai mais como um choramingo pela dor excruciante que se intensificava quando falava qualquer coisa.

Minha cabeça me sabotava com o pensamento de permanecer daquele jeito até a dor passar, curtindo a sensação boa demais daquele simples aconchego, mas tudo gritava – junto com a dor – o quanto errado e perigo estava sendo toda essa situação.

Tudo isso era culpa minha.

– Não. – ouço-o responder, com rouquidão e com teimosia, perto do meu ouvido.